SAÚDE

Hipertensão pode afetar a saúde bucal: saiba os sintomas

Por Redação |
| Tempo de leitura: 2 min
Reprodução/Banco de Imagens
A saúde bucal está intimamente ligada ao bem-estar geral do paciente hipertenso
A saúde bucal está intimamente ligada ao bem-estar geral do paciente hipertenso

A hipertensão arterial, conhecida como "assassina silenciosa", afeta milhões de brasileiros e pode trazer consequências além do sistema cardiovascular. Estudos recentes apontam uma relação direta entre a pressão alta e a saúde bucal, especialmente no que diz respeito às doenças periodontais. Segundo dados do Vigitel (Sistema de Vigilância de Fatores de Risco e Proteção para Doenças Crônicas por Inquérito Telefônico), mais de 38 milhões de brasileiros são hipertensos. Pesquisas indicam que indivíduos com periodontite têm até 49% mais chances de desenvolver hipertensão arterial.

Além disso, a presença de doenças periodontais pode dificultar o controle da pressão arterial. Pacientes com gengivas saudáveis respondem melhor aos medicamentos para hipertensão, apresentando uma pressão sistólica em média 3 mmHg menor do que aqueles com periodontite.

O especialista Paulo Augusto Tomoiti Yanase afirma que a saúde bucal está intimamente ligada ao bem-estar geral do paciente. "A inflamação causada por doenças periodontais pode contribuir para o aumento da pressão arterial, tornando essencial o acompanhamento odontológico regular, especialmente para hipertensos". Os sintomas a serem observados em pacientes com essa condição, são: gengivas inchadas, vermelhas ou que sangram facilmente, mau hálito persistente; mobilidade dentária; sensibilidade ou dor ao mastigar.

Para quem convive com a hipertensão, alguns cuidados simples e consistentes podem fazer toda a diferença na saúde bucal:

Mantenha uma rotina rigorosa de higiene bucal
Escove os dentes ao menos três vezes ao dia com creme dental com flúor, use o fio dental diariamente e enxaguante bucal sem álcool, que ajuda a combater bactérias sem causar ressecamento da mucosa.“A higiene bucal eficiente reduz a inflamação das gengivas e, consequentemente, o risco de alterações sistêmicas, como o agravamento da pressão arterial”, reforça Yanase.
 
Realize visitas regulares ao dentista
O ideal é visitar o dentista a cada seis meses, mas hipertensos podem precisar de um acompanhamento mais próximo, principalmente se já apresentarem sinais de periodontite ou usam medicamentos que afetam a boca.
 
Controle os fatores inflamatórios do corpo
Manter a pressão arterial sob controle também ajuda a evitar inflamações crônicas que afetam as gengivas. Alimente-se bem, com baixo consumo de sal e gordura, pratique atividades físicas regularmente e evite o tabagismo, que potencializa doenças bucais e cardiovasculares.
 
Comunique seu dentista sobre os medicamentos que você toma
Antihipertensivos como os bloqueadores dos canais de cálcio podem causar crescimento gengival (hiperplasia gengival), dificultando a higienização e aumentando o risco de infecções. O dentista pode adaptar o tratamento ou trabalhar em conjunto com o cardiologista.
 
Evite a automedicação e o estresse
O estresse é um gatilho tanto para a hipertensão quanto para o bruxismo e outras condições orais. Técnicas de relaxamento e acompanhamento psicológico podem ser aliados.
 
Fique atento à boca seca (xerostomia)
Alguns medicamentos anti-hipertensivos causam ressecamento da boca, o que favorece cáries e infecções. Nestes casos, o uso de saliva artificial ou mascar chicletes sem açúcar pode ajudar a estimular a produção de saliva.

“A integração entre o tratamento médico e odontológico é fundamental. O dentista pode ser um importante aliado na detecção precoce de alterações bucais ligadas à hipertensão e no ajuste do plano de cuidados do paciente”, finaliza o dentista.
 
 
 

Comentários

Comentários