
A qualidade do ar em Jundiaí foi classificada como "boa" pela Cetesb (Companhia Ambiental do Estado de São Paulo) na última medição disponível, realizada na terça-feira (20). Os dados foram obtidos na estação automática localizada na Avenida Amadeu Ribeiro, 500, no Complexo Esportivo Bolão, bairro Anhangabaú.
A Cetesb utiliza cinco estágios na medição da qualidade do ar: boa (índice de 0 a 40), moderada (41 a 80), ruim (81 a 120), muito ruim (121 a 200) e péssima (acima de 200). A avaliação da qualidade do ar é feita diariamente por meio de estações instaladas em pontos estratégicos do Estado.
Embora a qualidade do ar tenha sido considerada boa na última medição, o período de outono e inverno é crítico para a dispersão de poluentes. A combinação de baixa umidade, falta de chuvas e pouca circulação de ar contribui para o acúmulo de poluentes na atmosfera, especialmente no período do meio-dia, quando há maior incidência solar.
Segundo a Cetesb, os efeitos à saúde variam conforme o tipo de poluente e o tempo de exposição. A exposição ao material particulado (poluentes atmosféricos que podem ter impacto na saúde humana e no ambiente), por exemplo, pode causar ou agravar problemas respiratórios como bronquite e asma. Já o ozônio, embora essencial na estratosfera, é prejudicial à saúde humana quando presente em excesso na camada mais baixa da atmosfera, onde respiramos.
A estação de Jundiaí monitora a qualidade do ar em tempo real, contribuindo com dados para o controle ambiental e para a saúde pública. São mais de meio milhão de registros mensais analisados pela Cetesb, que também orienta a população sobre os riscos e cuidados em períodos de pior qualidade do ar.
O médico Eduardo Leme, pneumologista do Hospital de Caridade São Vicente de Paulo (HSV), ressalta a importância de atenção redobrada à saúde durante o clima seco. “Durante os períodos de baixa umidade do ar e aumento da fumaça no ambiente, a atenção à saúde respiratória deve ser redobrada. Esses fatores provocam um ambiente propício para o surgimento de doenças e agravamento de condições preexistentes, especialmente em grupos mais sensíveis, como crianças, idosos e pessoas com problemas respiratórios”, afirma.
Segundo o médico, oscilações bruscas de temperatura dificultam a termorregulação corporal, exigindo mais do organismo. “Isso pode causar desde alergias e infecções respiratórias até alterações cardiovasculares, desidratação e impactos na saúde mental”, diz.
Médico Eduardo Leme
Entre os principais riscos à saúde relacionados à má qualidade do ar estão:
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Inflamações das vias respiratórias;
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Aumento da incidência de infecções;
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Agravamento de alergias, com sintomas como coriza, obstrução nasal, coceira e irritação nos olhos.
Para reduzir os impactos do ar seco e poluído, o médico Eduardo orienta:
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Manter hábitos saudáveis, com alimentação equilibrada e rica em vitaminas;
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Hidratação constante, inclusive com uso de umidificadores de ar e inalações com soro fisiológico;
Evitar exposição ao ar livre em horários mais frios ou com maior poluição (como o final da tarde);
Utilizar máscaras em dias críticos para reduzir a inalação de partículas em suspensão;
Realizar lavagens nasais com solução salina, que ajudam a manter as mucosas hidratadas.
Em caso de sintomas persistentes, como febre, chiado no peito, ou agravamento de doenças respiratórias já diagnosticadas, é fundamental procurar atendimento médico imediato.