MORTALIDADE

Doenças cardiovasculares lideram mortes com mais de mil casos

Por Redação |
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Arquivo pessoal
Após a perda do pai, Letícia reforçou com a família os cuidados com a saúde e o acompanhamento médico
Após a perda do pai, Letícia reforçou com a família os cuidados com a saúde e o acompanhamento médico

As doenças cardiovasculares continuam sendo a principal causa de morte em Jundiaí. Em 2024, 1.054 pessoas morreram em decorrência dessas doenças, o que representa 28,8% do total de óbitos registrados na cidade. Até meados de março de 2025, foram contabilizados 295 mortes por essas causas, conforme dados divulgados pela Prefeitura de Jundiaí. Em segundo lugar, aparecem as doenças neoplásicas, com 733 mortes em 2024 e 241 neste ano até o mesmo período.

Além dos números, histórias pessoais evidenciam o impacto das doenças do coração. Letícia Carrion perdeu o pai em agosto de 2024, aos 50 anos, vítima de um infarto agudo do miocárdio. “Ele era uma pessoa tranquila, zero estressado, muito calmo e paciente”, relata. Diabético tipo 2 há mais de uma década, mantinha a glicemia controlada, fazia exercícios físicos cinco vezes por semana e não cometia excessos alimentares.

A perda repentina trouxe mudanças profundas na vida da família. “Fazíamos tudo juntos. Depois da perda, tudo mudou”, conta Letícia. Embora não houvesse histórico de pressão alta no pai, ela e o irmão passaram a investigar a predisposição genética: “Marcamos médicos para diagnóstico precoce. Continuamos cuidando da alimentação, da saúde mental e mantendo a atividade física”.

Para reduzir os índices de mortalidade, a rede municipal de saúde realiza ações contínuas de prevenção e cuidado. As Unidades Básicas de Saúde oferecem grupos educativos com médicos, nutricionistas, educadores físicos e fisioterapeutas, que promovem orientações, exames, práticas de bem-estar e grupos focados em obesidade e reeducação alimentar.

No Hospital de Caridade São Vicente de Paulo, os dados de internações reforçam a preocupação. De janeiro a março de 2024, foram 74 casos de hipertensão, 114 de infarto e 166 de AVC. Em 2025, no mesmo período, foram registrados 13 internações por hipertensão, 85 por infarto e 147 por AVC.

Segundo o cirurgião cardíaco Alexandre Zilli, “a hipertensão é um dos principais fatores de risco para o infarto e o AVC. Ela danifica os vasos sanguíneos de forma silenciosa, facilitando o surgimento de lesões em órgãos vitais”. O médico alerta que a maioria dos casos é assintomática, o que torna o diagnóstico precoce ainda mais essencial: “É preciso medir a pressão com frequência, manter acompanhamento médico e mudar hábitos”.

A pressão alta, embora silenciosa, pode desencadear emergências como edema pulmonar, AVC e infarto. “O tratamento adequado pode reduzir em mais de 50% o risco de eventos cardiovasculares graves”, afirma o médico.

O neurocirurgião Denis Ueoka complementa: “A hipertensão é a principal causa do AVC, que pode ser isquêmico ou hemorrágico. Em ambos os casos, o atendimento rápido é decisivo para a recuperação”. Ele destaca sinais de alerta como dificuldade de falar, fraqueza de um lado do corpo e desvio na face. “Tempo é cérebro. Reconhecer esses sinais e acionar o SAMU imediatamente pode salvar vidas”.

À esquerda, Dr. Denis Ueoka; à direita, Alexandre Zilli

É fundamental manter o acompanhamento médico constante e investigar possíveis predisposições genéticas.

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