
Um estudante da Escola Estadual Terra Brasilis, em Itupeva, foi atropelado na tarde de quarta-feira (30) enquanto aguardava o transporte escolar. O aluno, identificado pelas iniciais K.H.P.S, consta no sistema da Secretaria Municipal de Educação como contemplado para uso do transporte público escolar. No entanto, ainda não possuía a carteirinha obrigatória para embarcar, o que o impedia de utilizar o serviço — mesmo com o ônibus circulando pelo bairro.
O caso evidencia um impasse entre a Prefeitura de Itupeva e o Governo do Estado em relação à organização e execução do transporte escolar para os alunos da região do Parque das Hortênsias. O Estado alegava que a distância entre o bairro e a escola era inferior aos 2 quilômetros exigidos pela Resolução SE 27/2011, que regulamenta o serviço para estudantes da rede estadual. Com base nesse cálculo, nenhum aluno da região teria direito ao benefício.
A Prefeitura, no entanto, realizou nova medição utilizando o odômetro de um veículo, partindo da escola até a entrada do bairro. O resultado foi superior a 2 quilômetros — sem contar os cerca de 900 metros adicionais até a residência dos alunos dentro do bairro. Para comprovar a divergência, a Secretaria de Educação produziu um vídeo com o trajeto e apresentou o material à Diretoria de Ensino de Jundiaí.
Até então, nenhum aluno do Parque das Hortênsias recebia o transporte. Segundo a Prefeitura, com a nova medição feita pela equipe técnica municipal, mais de 140 estudantes atenderiam aos critérios e deveriam ser contemplados. No entanto, após nova análise da Diretoria de Ensino com base no sistema SED e no Google Maps, apenas 91 alunos foram autorizados a utilizar o serviço. O transporte é operado por meio de convênio entre Estado e Município, mas a liberação ocorre somente após a validação individual do cadastro de cada estudante.
Mesmo com a liberação estadual para o transporte de 91 alunos, o sistema exige a apresentação de uma declaração escolar para emissão da carteirinha de acesso ao ônibus. No caso de K.H.P.S, esse documento ainda não havia sido entregue pela Escola Estadual Terra Brasilis — o que impediu a finalização do cadastro e o acesso ao transporte no momento do acidente.