Para muitos bebês nascidos antes do tempo, a sobrevivência depende de algo que não pode ser fabricado em laboratório: o leite materno. Nas UTIs neonatais de Jundiaí e região, esse alimento completo em nutrientes e essencial para fortalecer o sistema imunológico é, muitas vezes, a única chance de vida.

Em março, o banco contabilizou 85 litros de leite ordenhado, 91 litros pasteurizados distribuídos e 50 bebês atendidos. Os números foram impulsionados por um pequeno estoque do mês anterior, mas a média de doações ainda preocupa. Atualmente, 70 mulheres estão ativas como doadoras, número considerado insuficiente diante da demanda.

Em 2025, o Banco de Leite Humano do Hospital Universitário (HU), hospital escola da Faculdade de Medicina de Jundiaí, completa 27 anos. A instituição é responsável por coletar, pasteurizar e distribuir leite materno a recém-nascidos internados em três hospitais da cidade. Mesmo com toda a estrutura, a principal dificuldade ainda é garantir um volume constante de doações.

“Cada gota de leite doado faz uma diferença enorme na vida de um recém-nascido. A solidariedade das mães doadoras é essencial para salvar vidas”, afirma Marcela Bionti, coordenadora do serviço.

Thais Aquino, mãe de primeira viagem, se tornou doadora pouco depois do parto. A decisão veio ainda na gestação, quando ela se sensibilizou com relatos de bebês que não podiam ser amamentados pelas próprias mães. “Amamentar meu filho e saber que o leite excedente está alimentando outros bebês é uma experiência gratificante”, conta. Ela reforça que, para quem doa, o gesto pode parecer pequeno, mas o impacto é profundo.

Podem doar mulheres que estejam amamentando, saudáveis e sem uso de medicamentos que comprometam a produção. Não há exigência de quantidade mínima: toda contribuição é aproveitada.