
Dados do Observatório de Segurança e Saúde do Trabalho, com números do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), mostram que o número de afastamentos de trabalhadores em Jundiaí por conta da saúde mental aumentou consideravelmente em 2024. A alta foi de 64,7% no comparativo com 2023. No comparativo com 2014, o ano passado teve 132,6% de aumento.
Em 2024, foram registrados 1.461 afastamentos na cidade ocasionados por doenças mentais e comportamentais, como ansiedade e depressão, por exemplo. Destes, 38 foram auxílio-doença acidentário (B91), quando o trabalhador se afasta por acidente de trabalho ou doença ocupacional, e 1.423 foram auxílio-doença previdenciário (B31), quando o afastamento acontece por doença comum ou acidente que não tem relação com o trabalho.
No ano de 2023, o número total de afastamentos por doença mental e comportamental em Jundiaí havia sido 887, 34 do tipo B91 e 853 do tipo B31. No ano de 2022, foram 724 afastamentos, 45 B91 e 679 B31. No ano de 2021, quando houve uma queda significativa, em um cenário de retomada da pandemia, foram 681 casos, 33 B91 e 648 B31. Já no ano de 2020, com a pandemia, foram 981, 20 B91 e 961 B31. Também para comparação, no ano de 2014, foram 628 afastamentos do tipo, 15 acidentários e 613 previdenciários.
Cenário
No Brasil, a partir de 26 maio de 2025, as empresas brasileiras terão que incluir a avaliação de riscos psicossociais no processo de gestão de Segurança e Saúde no Trabalho (SST). A exigência é fruto da atualização da Norma Regulamentadora nº 1 (NR-1), promovida pelo Ministério do Trabalho e Emprego (MTE) em agosto de 2024. A mudança destaca que riscos psicossociais, como estresse, assédio e carga mental excessiva, devem ser identificados e gerenciados pelos empregadores como parte das medidas de proteção à saúde dos trabalhadores.
Riscos psicossociais estão relacionados à organização do trabalho e às interações interpessoais no ambiente laboral. Eles incluem fatores como metas excessivas, jornadas extensas, ausência de suporte, assédio moral, conflitos interpessoais e falta de autonomia no trabalho. Esses fatores podem causar estresse, ansiedade, depressão e outros problemas de saúde mental nos trabalhadores.
A medida reforça a necessidade de ambientes de trabalho saudáveis, promovendo a saúde mental dos trabalhadores e contribuindo para a redução de afastamentos e aumento da produtividade. Empregadores que já adotam boas práticas relacionadas aos riscos psicossociais terão menos dificuldades na adaptação às exigências.