DEBATE

Mudança do horário da sessão para 16 horas é aprovada

Por Marília Porcari |
| Tempo de leitura: 3 min
Samuel Silva/JJ
Público compareceu à Câmara para apoiar projeto
Público compareceu à Câmara para apoiar projeto

Em uma sessão turbulenta, com muita discussão, interrupções e ânimos exaltados, o Projeto de Resolução nº 880/2025, que altera o horário das Sessões Ordinárias para às 16 horas, foi aprovado. Foram 13 votos a favor da proposta e apenas Faouaz Taha (PSD), Leandro Basson (PL), Madson Henrique (PL), Quézia de Lucca (PL), Rodrigo Albino (PL) e Tiago da El Elion (PL) votaram contra. As sessões em novo horário começam em maio.

O assunto sobre a mudança de horário pautou toda a sessão, começando pelas pessoas que usaram a Tribuna Livre, todos pedindo que fosse noturna. Esta, aliás, foi a primeira polêmica: o público pedindo início dos trabalhos às 18 horas e o projeto prevê às 16 horas. A vereadora Mariana Janeiro (PT) foi a primeira a explicar os detalhes, lembrando que haverá mudanças nas ordens dos trabalhos, começando primeiro pelas falas individuais dos vereadores, passando para a votação dos projetos, tribuna livre e votação das moções.

“Colocamos a tribuna no meio das votações para garantir que o munícipe seja ouvido”, disse, lembrando que também foram ouvidos os servidores municipais da Câmara a respeito de trabalhar até a noite e com isso se chegou ao horário das 16 horas. “Também calculamos os custos. Ficará em torno de R$ 75 mil por ano”, destacou. Este valor se refere ao pagamento de adicional noturno aos servidores da Câmara, que será de R$ 9.187,89 por mês, gerando montante de R$ 73.503,15 neste ano.

Já os vereadores que eram contra a proposta pontuaram que era necessário debater mais sobre o assunto. Faouaz disse que era preciso ouvir mais os servidores e que foram inúmeras as vezes que teve sessão ou audiência que não havia ninguém. Nesta linha, Tiago colocou um requerimento em votação pedindo que o projeto fosse adiado e não foi aprovado.

A cada oportunidade, o público se manifestava, gritando: “O povo quer participar, sessão noturna já”. Esta participação popular chegou a impedir o vereador Rodrigo Albino de começar seu discurso.

Muitos vereadores chegaram a ir até o público e conversar com os manifestantes, pedindo calma, que deixassem a sessão transcorrer e a votação acontecer. Com ânimos mais calmos, Rodrigo conseguiu falar e ser ouvido e colocar sua opinião: “Deveríamos discutir mais esta proposta. Poderia ser um semestre de manhã e no outro a noite”, disse, colocando ainda a proposta de que haja ônibus de graça para a população vir à Câmara.

A vereadora Mariana concordou e se posicionou a favor da proposta de Tarifa Zero. Rodrigo aproveitou para alfinetar o público: “Ao contrário do que pensam de mim e não me deixaram nem falar, quero uma decisão democrática”. Madson também se posicionou contra e foi interrompido diversas vezes também. O presidente da Câmara, Edicarlos Vieira (União), interveio pedindo respeito do público.

Votação comemorada

O vereador Henrique Parra, do Cardume, mandato coletivo do PSOL, fez questão de destacar que o projeto não é uma construção da ‘esquerda’, mas que tem objetivo de beneficiar toda a população. “Somos 10% dos vereadores, não conseguiríamos colocar um projeto com este percentual”, afirmou, lembrando que foram três meses trabalhando na proposta, que ele considerou ser o projeto possível, “longe do que gostaria”.

Outros vereadores também se posicionaram, como Leandro Basson (PL) que acredita que era necessário mais discussão, e Juninho Adilson (União), que disse não haver certo ou errado, todas as opiniões devem ser respeitadas. Após mais de duas horas de debate, o projeto foi votado e o público contou voto a voto a favor até a certeza de que seria aprovado. Com a maioria votando ‘Sim’ para a proposta, as pessoas presentes comemoraram.

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