
Jundiaí registrou mais um caso de racismo, o segundo em menos de 24 horas. Desta vez, a vítima foi um técnico da CPFL, chamado de 'urubu' por uma moradora do bairro Traviú, revoltada porque sua energia furtada (gato) estava sendo cortada - razão pela qual ela também foi presa pela Polícia Militar por furto. O caso aconteceu na manhã desta quinta-feira (27).
Ao identificar uma ligação clandestina no referido imóvel, na avenida Comendador Antônio Carbonari, a CPFL enviou uma equipe ao local na quarta-feira (26). A moradora em questão, de 53 anos, aposentada, recebeu os funcionários com agressividade e aos xingamentos, o que impossibilitou o corte - ela também tem uma dívida de R$ 7 mil com a empresa.
Nesta quinta-feira, os eletricistas retornaram ao local, com a Polícia Militar, e a moradora voltou a recebê-los com agressividade. Ao perceber que não conseguiria impedi-los desta vez, ela pediu que não cortassem sua energia, porque era doente e necessitava.
Mais uma vez, vendo que não teria jeito, ela então passou a ofender os funcionários de 'imprestáveis', e atacou a um deles, que é negro, chamando-o de 'urubu'.
A mulher foi detida pelos PMs e levada para a Central de Flagrantes, onde foi presa por furto (de energia) e crime de racismo (Preconceitos de Raça ou de Cor - Injuriar alguém, ofendendo-lhe a dignidade ou o decoro, em razão de raça, cor, etnia ou procedência nacional).
Ela foi conduzida para a cadeia feminina de Itupeva e será submetida a audiência de custódia.
OUTRO CASO
Este foi o segundo caso de racismo em Jundiaí em apenas 18 horas. O primeiro ocorreu às 15 horas de quarta-feira, quando um motorista de ônibus foi chamado de 'macaco' por uma mulher, no Terminal Hortolândia. A Guarda Municipal foi acionada e a prendeu.
Segundo depoimento da vítima, a mulher entrou no ônibus e se dirigiu à roleta, onde tentou pagar com um cartão. Como não conseguiu, ele tentou explicar a ela que o problema poderia ser no cartão, o que a deixou furiosa.
Ela então passou a discutir com o motorista, o chamando de 'baba-ovo' e 'puxa-saco' da empresa. Cada vez mais nervosa, a mulher o ofendeu aos gritos com palavras de baixo calão e termos racistas como 'preto' e 'macaco'.
Um dos passageiros presenciou as ofensas e ataque de racistas e sugeriu ao motorista que fosse até o terminal e acionasse a Guarda Municipal.
No terminal os GMs ouviram as partes e deram voz de prisão à mulher, conduzindo ela e a vítima à Central de Flagrantes.
Na delegacia ela foi presa por 'preconceito de raça ou cor, injuriar alguém ofendendo-lhe a dignidade ou o decoro, em razão e raça, cor, etnia ou procedência nacional'.