RMJ

Proporção de domicílios com um morador dobra em 20 anos na região

Por Redação |
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Roberto Nickson / Unsplash
O número de pessoas morando sozinhas aumentou bastante na região nas últimas duas décadas
O número de pessoas morando sozinhas aumentou bastante na região nas últimas duas décadas

A Região Metropolitana de Jundiaí (RMJ) teve uma série de mudanças ao longo dos anos e uma delas, com significativa importância, é a quantidade de lares com ocupação solo. O número de pessoas que moram sozinhas cresceu consideravelmente nas últimas décadas. Se no Censo 2000 do IBGE eram 7%, no Censo 2022, já representavam 15%.

Considerando Jundiaí, no último censo demográfico, de 2022, 17,4% dos domicílios tinham apenas um morador. O número é mais que o dobro do que o indicado pelo Censo 2000, que mostrava 7,8% dos domicílios com apenas um habitante. Além disso, dados coletados no último censo mostram que 23,55% dos domicílios jundiaienses têm cônjuges sem filhos e 0,66% têm cônjuges do mesmo sexo.

Esse aumento é geral e se repete nos municípios da região. As cidades com mudanças mais significativas são Cabreúva, Campo Limpo Paulista e Várzea Paulista. Em Cabreúva, no início do milênio, 5,4% das residências tinham apenas um morador. Em 2022, o número saltou para 14,21%. Em Campo Limpo Paulista, 6,7% dos lares tinham ocupação solo em 2000 e, recentemente, a porcentagem foi para 16,46%. Várzea Paulista, por sua vez, tinha 5,4% das moradias com um ocupante e ao longo das duas décadas essa porcentagem subiu para 16,19%.

No município de Itupeva, o ano 2000 tinha 6,5% das residências com um habitante, índice que subiu para 11,77% segundo o último censo. Em Jarinu, 7,7% dos lares tinham apenas um morador em 2000 e, em 2022, o número passou a ser de 14,58%. Louveira tinha 6,5% das residências com solteiros e hoje tem cerca de 14,8% das residências com apenas uma pessoa.

Imagem: Google Earth

Na RMJ, os lares com apenas um morador dobraram de proporção

Mudanças na conjuntura

Na região, assim como em todo o Brasil, acontece um fenômeno chamado inversão da pirâmide etária. Essa inversão se dá pela quantidade menor de crianças atualmente, reflexo da queda de natalidade da população. O número de pessoas morando sozinhas também mostra que muita gente, além de escolher não ter filhos, também decide pela vida solteira. Há, porém, muitos casais que escolhem dividir o lar, mas sem filhos.

Se em Jundiaí essa porcentagem de domicílios com cônjuges sem filhos é de 23,55%, na região, há números similares, em Cabreúva (19,79%), Campo Limpo Paulista (20,14%), Itupeva (22,67%), Jarinu (23,57%), Louveira (20,13%) e Várzea Paulista (21,3%), segundo o Censo 2022. Este dado é novo no censo, que antes considerava apenas o número de moradores em uma residência e não filtrava a relação entre eles neste recorte, sendo possível encontrar o número apenas com cruzamentos de dados.

Outro número recente do Censo 2022 é o de domicílios com cônjuges do mesmo sexo. Em Jundiaí, esses domicílios representam 0,66% do total, o maior índice da região. O segundo maior é de Várzea Paulista (0,63%), seguido por Louveira (0,55%), Cabreúva (0,46%), Campo Limpo Paulista (0,45%), Jarinu (0,42%) e Itupeva (0,4%).

Os dados representam não só uma tendência relacionada à natalidade, mas também é como um guia para o mercado imobiliário, que há muitos anos priorizada residências térreas, mais espaçosas e com vários quartos e hoje, com limitação espacial e mudanças na formação de famílias, oferece cada vez mais residências de apenas um dormitório, em condomínios e com espaço mais limitado.

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