Representar a cidade nos Jogos Abertos do Interior é um sonho para muitos adolescentes e, em muitos casos, é o pontapé inicial para um jovem atleta se tornar profissional e alçar voos mais altos no esporte. Com a inclusão do skate no calendário dos Jogos Regionais e dos Jogos Abertos do Interior a partir deste ano, skatistas de Jundiaí mantêm vivo o sonho em competir com as cores da cidade e receber o apoio da prefeitura para valorizar ainda mais a modalidade que por tantos anos foi marginalizada.
Apesar de não ainda não fazer parte da grade esportiva do município, seja com time de competição ou com aulas abertas ao público, a Prefeitura de Jundiaí afirmou que está analisando o regulamento das competições e deve tomar uma decisão em breve. Atualmente, a cidade conta com quatro pistas de skate: Sororoca, (av. União dos Ferroviários), Helena Cestari (Vila Comercial), Vanderlei Sperandio (Santa Gertrudes) e Mundo das Crianças. Os espaços estão disponíveis para uso livre pela população..
JOVENS TALENTOS
Com a cidade repleta de talentos, os jovens sonham com o apoio do poder público para tornar do hobby uma rotina profissional. Um desses talentos é a estudante e skatista Maria Valentina Pimentel, conhecida nas pistas como Marruá. A jovem se apaixonou pelas rodinhas por incentivo do seu pai, que também foi skatista durante a adolescência.
Para Marruá, o skate representa mais que apenas um hobby, mas também um estilo de vida. Além de praticar, a jundiaiense participa de competições regionais e estaduais por conta própria. “Aqui na cidade costumo andar na pista do Mundo das Crianças, porém meus treinos para as competições são em pistas fora de Jundiaí. Comecei a competir em 2022 e, no ano seguinte, conquistei o 3º lugar no ranking estadual, após participar do Campeonato Mineiro. Em 2024 fui vice-campeã paulista na modalidade street, pela categoria iniciante, além de vários campeonatos que participei pelo Brasil e tive boas colocações”, disse a skatista.
Marruá vive o skate dia após dia e comemora o crescimento da modalidade, principalmente com novas meninas se aproximando do esporte. Para ela, a inclusão do skate como um esporte de competição na cidade é fundamental para a valorização da cultura e surgimento de novos talentos. “Quando estou no Mundo das Crianças vejo muitas pessoas querendo praticar o esporte e nas competições o aumento do número de atletas é muito grande, principalmente na categoria feminina. Gostaria muito que Jundiaí tivesse uma equipe de competição, com certeza eu faria parte do time”, completou a atleta.
Assim como Marruá, o estudante José Bezerra, de 15 anos, anda de skate há quatro e sonha em se tornar atleta profissional da modalidade. “O que despertou meu interesse pelo skate foi ter um skate velho na garagem, de membros da família que andavam. Tive vontade de aprender e hoje não é só mais um hobby para mim, pois quero tornar esse esporte minha profissão”, contou o jovem.
O skatista gosta de praticar na pista do Sororoca e também frequenta o Mundo das Crianças. Para ele, a cidade tem uma das melhores estruturas para a prática da modalidade e muitos talentos nessas pistas. “Estou começando a disputar campeonatos agora na categoria iniciante e, depois de todo o sucesso da modalidade nas Olimpíadas, é muito diferente a forma que o skate é tratado hoje em dia, com muito mais praticantes, mais visibilidade e mais competições. Uma das minhas referências é jundiaiense Thomas Yukio, um dos principais nomes do skate da nova geração. Todo esse crescimento é excelente para o skate e, se realmente rolar o apoio da prefeitura, seria uma ideia genial que contribuiria ainda mais com a representatividade dos atletas da cidade”, disse o jovem.
ESTILO DE VIDA
O jundiaiense Eduardo Tâmega, de 23 anos, carrega o skate como um estilo de vida e contribui para o valorização da modalidade. Advogado e influencer, o jovem grava vídeos nas pistas de Jundiaí para entretenimento, mas também pensa em competir e mostrar o lado mais “sério” do esporte.
Sua paixão pelas rodinhas começou na infância, quando ele encontrou no esporte um refúgio para os problemas enfrentados na escola. “Ando de skate há 13 anos e comecei porque tinha problemas na escola e sempre me deixavam de fora dos esportes coletivos. Me identifiquei com a modalidade por carregar esse lado de superação e ser uma prática que você evolui sozinho. Aprendi muito e hoje é meu estilo de vida. Além de praticar, faço vídeos para a internet e tenho vontade de competir. Seria uma honra fazer parte de uma equipe da cidade, esse apoio seria muito impactante, porque o skate tem muito a oferecer e muito índice de crescimento”, afirmou Tâmega.
