DESAPROVAÇÃO

Lideranças apontam inflação, gastos e preços altos como problemas

Por Diná de Melo |
| Tempo de leitura: 3 min
Divulgação
Madson: “a pergunta que fica é: quem está realmente pagando essa conta?”
Madson: “a pergunta que fica é: quem está realmente pagando essa conta?”

Pesquisa recentemente divulgada pela AtlasIntel revelou que a desaprovação ao governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) alcançou 49,8%, a maior registrada desde o início de seu atual mandato. Para entender as possíveis repercussões desse aumento na desaprovação do governo, a reportagem do Jornal de Jundiaí conversou com vereadores e presidentes de partidos da cidade e região. Alguns representantes da oposição consideraram que o crescimento da desaprovação é um reflexo das dificuldades enfrentadas pela população, enquanto integrantes da base governista se mostraram confiantes de que o governo Lula tem muitos pontos positivos.

Para o vereador Madson Henrique (PL), “o governo que prometia picanha no prato e comida na mesa hoje se torna o que mais encarece a vida do povo brasileiro, com aumentos de tributos e cortes em programas sociais como o Bolsa Família e o BPC, atingindo justamente os mais pobres, que Lula dizia defender”, comenta. Para ele, a realidade é clara: “o governo que jurava combater a fome agora entrega pratos vazios e mais dificuldades para quem luta diariamente por dignidade. A pergunta que fica é: quem está realmente pagando essa conta?”, questiona o vereador.


Cardume: “enquanto o foco do governo for reduzir desigualdades, terá nossa aprovação”

Para o presidente do PSD de Jundiaí, José Galvão Braga (TICO), o governo Lula vem tendo dificuldades em governar o país de forma objetiva, e que o poder de compra do cidadão está cada vez pior. Para ele, isso reflete diretamente na popularidade do presidente e de seu governo. “Contudo, ele ainda tem uma capilaridade na aprovação de seu nome por ser bastante conhecido, mas não entendo que o presidente repita as aprovações que tinha há tempos atrás. Um governo cansado e sem esperança de melhoras”, disse.

Fernando Souza,  presidente do PSDB em Jundiaí desaprova o modelo de governo. Para ele, não há preocupação com gastos e cita a Reforma Tributária como exemplo que vem onerando a classe trabalhadora e toda a classe produtiva. “O governo, ao invés de fazer contenção de gastos, ao invés de fazer uma melhor administração do dinheiro público,  não cuida da austeridade fiscal, só se preocupa em aumentar a arrecadação, e daí vemos: inflação alta, taxa Selic alta, dólar alto” opina.

Outra visão
Há também quem aprove o governo de Luiz Inácio Lula da Silva na região, como é o caso do Movimento Cardume, que tem à frente Henrique Parra Parra (PSOL). “Um governo que criou 3 milhões de empregos, voltou a vacinar crianças, a construir moradia popular e reduziu o desmatamento da Amazônia merece aplausos. Enquanto o foco do governo for reduzir desigualdades, terá nossa aprovação. Precisa ainda conseguir que os preços baixem para as pessoas terem mais qualidade de vida”, comenta.

O prefeito interino de Várzea Paulista, João Paulo de Souza (PL), comentou que tem preocupações com os gastos públicos fora de controle, que afetam o trabalhador com perda de poder de compra e insegurança econômica, mas lembra do ensinamentos que recebeu do prefeito Rodolfo:  “por seguir o exemplo dele, de deixar as paixões partidárias de lado e focar no que realmente beneficia a sociedade, tenho preocupações sim, mas, por outro lado, medidas como a isenção do imposto de renda para quem ganha até R$ 5.000 são positivas, pois ajudam a aliviar essas dificuldades e, no fim, quem ganha é a sociedade. Torço para que os acertos superem os erros. E que os municípios que é onde as pessoas vivem, tenham maiores aportes investimentos”, concluiu.


João Paulo: “deixar as paixões partidárias de lado e focar no que realmente beneficia a sociedade”

Mariana Janeiro, vereadora pelo PT de Jundiaí, disse que o Governo Lula está sob o desafio de reconstruir o Brasil após um governo desastroso, e enfatiza que “reconstruir o Brasil requer tempo e esforço, e isso pode, inicialmente, prejudicar a percepção popular. No entanto, estamos confiantes de que, com paciência e continuidade, os resultados positivos serão percebidos por todos”.

Comentários

Comentários