OPINIÃO

Os fatos preocupantes no mundo e os números do Brasil


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Os fatos econômicos, políticos e sociais que acontecem no mundo, de norte ao sul, de leste a oeste, nos remetem a uma necessária reflexão mais profunda, para entendermos a realidade do presente e direcionarmos a nossa imaginação para tentarmos projetar o futuro.

As guerras da Rússia na Ucrânia, do Estado de Israel contra o Hamas, na faixa de Gaza e Hesbollah, no Líbano, que é apoiado pelo Irã, deixam um legado cruel de perplexidade para toda a humanidade. O sofrimento com as perdas familiares; a desintegração de milhares de famílias que, muitos, provavelmente, não mais se encontrarão; os doentes que se tornaram deficientes e o abandono de bens construídos com um  longínquo esforço de trabalho e sacrifício, são os tristes retratos da perversidade das ações humanas.

O ano passado foi palco desses desencontros da vida, não apenas os citados aqui, mas muitos outros, como o avanço das drogas, em todo o mundo e o aumento da criminalidade, sem limites, com atentados imprevisíveis e catástrofes como ocorrido no Rio Grande do Sul e em muitos países; também aqui em outros Estados. Agora, já em 2025, presenciamos um incêndio devastador na Califórnia, nos Estados Unidos, com perdas de vidas e irreparáveis danos materiais.

Em meio a esses fatos devastadores, Nicolás Maduro tomou posse como presidente da Venezuela, que  transformou um dos mais ricos países da América Latina, no mais pobre; de uma democracia a uma autocracia com milhares de miseráveis.

Aqui no Brasil, comemorou-se, em oito de janeiro, um ano da tentativas de Golpe de Estado, em Brasília. Nos demais vinte e seis Estados brasileiros, a vida transcorreu com plena normalidade e, nos atos em Brasília, tratados como uma tentativa de golpe, embora sem armas e forças militares.

No ano passado, os números positivos revelaram uma inflação, medida pelo IPCA – Índice de Preços ao Consumidor Amplo, de 4,83 %, embora os alimentos, que afetam mais acentuadamente, as famílias de baixa renda, tenha subido cerca de 9,0 % ao ano.

Ainda sem os dados oficiais, o PIB – Produto Interno Bruto cresceu cerca de 3,4 % no ano passado e foram gerados cerca de dois milhões de novos empregos. A Balança Comercial fechou com um superávit de US$ 74 bilhões, embora o resultado do movimento de divisas tenha fechado com um saldo negativo de cerca de US$ 13 bilhões, (entrada menos saídas); as reservas internacionais de divisas do Brasil, continuam com um total próximo de US$ 335 bilhões.

Os dados negativos, entretanto, são preocupantes; os juros básicos da economia, a SELIC, ficou em 12,25% em 2024, mas já projetada para 14,25%, em março próximo. Os aumentos dos juros refletem em queda de investimentos, que induzem a um menor nível de crescimento econômico e geração de empregos.

Por último, o ponto mais preocupante da nossa economia :- o elevado nível de endividamento público hoje, em 77,1 % do PIB – Produto Interno Bruto, mas dados os sucessivos déficits primários no orçamento, podem superar a 80,0 % já em janeiro de 2026.

Messias Mercadante de Castro é professor de economia, Membro do Conselho de Administração da DAE S/A e Consultor de Empresas (messiasmercadante@terra.com.br)

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