O ano de 2024 termina. Começa 2025, a completar um quarto de século 21, que passa tão célere e tão turbulento.
Há razões para acreditar que 2025 seja um ano bom. Ele começa com novas gestões locais. As mais importantes, porque aquelas que realmente importam para os humanos. A lição inesquecível de André Franco Montoro, professor de Introdução à Ciência do Direito da gloriosa PUC-São Paulo, é a de que “ninguém nasce na União, nem no Estado. As pessoas nascem na cidade”.
O município é o local em que as coisas importantes acontecem. Nele se desenrola o drama pessoal, às vezes leve, às vezes trágico. E toda nova gestão começa bem-aventurada. Afinal, o prefeito Gustavo Martinelli ganhou as eleições. Foi uma vitória significativa, mais celebrada porque foram vários os percalços postos em sua caminhada. Legitimado pela vontade popular, terá todo o incentivo para realizar excelente administração.
Seu vice, Ricardo Benassi, é jovem com história em Jundiaí. Confio na tradição da família para robustecer o estímulo ao pessoal da lavoura. Jundiaí é e tem de continuar a ser a “Terra da Uva”, mas também a terra do morango, do pêssego, do caqui, dos cítricos, da goiaba, do mamão e território das flores e das plantas ornamentais.
A origem dos Benassi permite acreditar que as rotas turísticas sejam aprimoradas, assim como protegidas as minguantes zonas rurais, atropeladas pela especulação imobiliária. Ambos têm condições, como jundiaienses, de zelar pelo patrimônio maior que é a Serra do Japi, objeto de marketing da construção civil que avança a desrespeitar o seu entorno, a área de amortecimento que precisa de igual preservação, sob pena de comprometimento desse tesouro. Um capital ecológico digno de colocar Jundiaí em lugar privilegiado no conjunto de municípios brasileiros. Quantas cidades têm um espaço considerado raríssimo, uma cobertura vegetal atlântica, a cobrir um solo de quartzo?
Enfim, inicia-se uma administração genuinamente jundiaiense. E a cidade precisa de carinho, precisa de amor e devoção.
Já conseguiu tentos, venceu rankings, é uma das mais disputadas urbes brasílicas. Mas o ano de 2025 é aquele em que o Brasil vai liderar a COP30, a trigésima reunião de quase duzentos países, preocupados com o futuro da Terra. Há dias recebi um vídeo do Papa Francisco, o Papa Ecológico, que dizia: “Rezemos pelo grito da Terra. Se medirmos a temperatura do planeta, dir-nos-á que a Terra tem febre. Que está doente, como qualquer doente. E nós, ouvimos esta dor? Ouvimos a dor de milhões de vítimas das catástrofes ambientais? Os que mais sofrem as consequências destes desastres são os pobres, os que são obrigados a deixar suas casas pelas inundações ou pelo calor. Fazer frente às crises ambientais causadas pelo homem, a contaminação, a perda da biodiversidade, exige postura política e econômica. Ouçamos o clamor da Terra e mudemos nossos hábitos cotidianos”.
Como jundiaiense nato, movido por incontido amor por minha terra, nutro a esperança de que Jundiaí se torne uma cidade resiliente, que saiba enfrentar os fenômenos extremos, que acontecerão com frequência e intensidade cada vez maiores.
Desejo um 2025 venturoso para todos os jundiaienses e os mais escolhidos votos de êxito para a nova administração de nossa querida cidade. “Ó Terra querida, Jundiaí. Teus filhos amantes, são de ti...”.
José Renato Nalini é reitor, docente de pós-graduação e secretário-executivo das Mudanças Climáticas de São Paulo (jose-nalini@uol.com.br)
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