Em um mundo de exposição contínua nas mídias sociais, a linha que já era tênue entre o público e o privado, a vida profissional e pessoal praticamente deixou de existir. Além das Soft Skills e das Hard Skills, hoje, o mundo corporativo avalia também as suas Mad skills.
Soft Skills são as habilidades interpessoais e comportamentais, como comunicação, liderança e empatia, que facilitam a colaboração e o relacionamento com os outros. Elas são essenciais para interações sociais eficazes e desenvolvimento de uma cultura organizacional saudável. Já as Hard Skills são competências técnicas específicas, como conhecimento em ferramentas, técnicas e metodologias que podem ser mensuradas e ensinadas, essenciais para a execução direta de tarefas e o cumprimento de funções específicas no ambiente profissional.
Agora temos as Mad Skills, que significa possuir uma competência que se destaca e que, muitas vezes, vai além do que a maioria das pessoas consegue fazer. É comum ver a expressão em contextos criativos ou técnicos, como programação, design gráfico, música, entre outros, para enfatizar uma capacidade que gera resultados incríveis ou surpreendentes. Além disso, é uma adição ao perfil do candidato a emprego que vai além das capacidades tradicionais, revelando aspectos que só poderiam ser adquiridos fora do ambiente de trabalho formal. Elas representam uma nova maneira de ver o potencial humano, reconhecendo que as vivências pessoais e os interesses únicos de cada indivíduo contribuem para uma maior diversidade e inovação dentro das organizações.
Vivemos em um mundo onde o ambiente de trabalho está em constante transformação, e a habilidade de se adaptar rapidamente é fundamental. As Mad Skills, muitas vezes moldadas por situações inesperadas e fora do controle do indivíduo, mostram a capacidade de resiliência e adaptação a novas realidades, sejam elas pessoais ou profissionais. Essa habilidade de adaptação pode ser a diferença entre um colaborador que simplesmente executa tarefas e um que cresce junto com a empresa, enfrentando mudanças com confiança e flexibilidade.
A origem dessa nova habilidade a ser considerada pelos RHs veio do empresário inovador, Robert Half, que transformou a forma como as empresas encontram e contratam pessoas, especialmente no que diz respeito a setores como finanças, contabilidade, tecnologia e administração. Foi pioneiro no setor de recrutamento e gestão de talentos, fundando a empresa que leva seu nome em 1948 nos Estados Unidos.
Atualmente, as organizações estão adotando culturas que encorajam a autenticidade e a expressão individual, reconhecendo que a diversidade de experiências enriquece o ambiente de trabalho. Ao valorizar as Mad Skills, as empresas demonstram que entendem que cada pessoa traz um conjunto único de vivências e habilidades que vão muito além do currículo. Esse valor dado às histórias e habilidades pessoais ajuda a criar um ambiente onde a colaboração, a inovação e o respeito mútuo são fortalecidos.
Portanto, as Mad Skills reforçam a ideia de que a vida privada e profissional estão cada vez mais entrelaçadas, permitindo que as pessoas se apresentem de maneira completa no trabalho, com qualificações técnicas, mas também suas histórias e aprendizados únicos.
Rosângela Portela é jornalista, mentora e facilitadora
(rosangela.portela@consultoriadiniz.com.br)