OPINIÃO

O manto azul da santa negra


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Um fato histórico, na página do livro do tempo, foi anotado em 6 de novembro de 1888, no então reinado do Brasil. A princesa Isabel, em pagamento de uma promessa, visitou  a basílica, em Aparecida e ofertou à santa Nossa Senhora, uma coroa de ouro cravejada de diamantes e rubis, juntamente com um manto azul, ricamente adornado.

Todo ano, às vésperas de 12 de outubro, dia de Nossa Senhora Aparecida, dezenas de milhares de romeiros caminham às margens da Rodovia Presidente Dutra em direção ao Santuário Nacional de Aparecida (SP). Nossa Senhora Aparecida é uma das principais santas católicas e tem o título de padroeira do Brasil. Representada pela imagem de uma mulher negra, é requisitada por fiéis em momentos de aflição.

Desde então, sob a proteção  deste sagrado  manto azul são atribuídos muitos milagres ao povo brasileiro.

As velas
Numa pequena capela, durante uma noite tranquila, duas velas acesas iluminavam a imagem de Nossa Senhora Aparecida. De repente, as chamas se apagaram sem motivo aparente. Os devotos que estavam no local ficaram surpresos e uma das fiéis presentes, Silvana da Rocha, tentou acendê-las. Porém, para o espanto de todos, as velas se acenderam sozinhas.

Escravo liberto
Um escravo chamado Zacarias passava pelo santuário de Nossa Senhora e pediu ao feitor que o deixasse rezar naquele lugar. Como foi autorizado, ele se ajoelhou e fez suas orações com toda a fé. Então, as correntes que estavam prendendo suas mãos e pés se soltaram sem que ninguém encostasse nelas.

Conversão
Um homem passava por Aparecida quando observou a fé dos romeiros. Como não acreditava no poder de Nossa Senhora, zombou dos fiéis. Assim, resolveu mostrar que a fé na santa era uma bobagem entrando na igreja a cavalo. Porém, quando foi fazer isso, a pata do seu animal ficou presa na pedra da escadaria. O cavaleiro, então, arrependeu-se e entrou no santuário já como devoto. Um deles ficou gravado em minha memória de forma indelével, ainda criança:

Perdedor de várias Copas do Mundo, inclusive uma final em seu prórpio domínio, a grande derrota no Maracanã em 50, a arte do futebol brasileiro não conseguia se impor aos olhos do mundo.

Aconteceu a copa do mundo de 1958
A seleção, sempre vestida de canarinho naqueles jogos, vencia os jogos e ganhava ares de apego exagerado à cor amarela.

Veio a final contra Suécia. Os dois times acolhiam como cor oficial, o amarelo.

Foi aí, que o chefe da delegação brasileira, Paulo Machado de Carvalho teve uma moção divina. Em sonho teria vislumbrado Nossa Senhora Aparecida com seu manto azul. Determinou ao seu roupeiro comprar camisetas azuis, mas que permanecesse em segredo até o inicio da partida.

O Brasil sagrou-se pela primeira vez, campeão mundial.

O mundo curvou-se diante de nosso futebol. O milagre do manto azul aconteceu.

A Santa Senhora Negra é o simbolo da devoção de milhares de fieis e leva multifoes a procissão em Aparecida, o maior destino de turismo religioso no País. Rogai por nós Nossa Senhora Aparecida. Amem.

Guaraci Alvarenga é advogado (guaraci.alvarenga@yahoo.com.br)

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