O conceito de cidade inteligente – smart city – ganhou evidência, nesta era em que a competição obriga a elaboração dos mais diversos rankings. Quem surge como favorita dentre as cidades brasileiras mais inteligentes, é a capital de Santa Catarina, Florianópolis, que é carinhosamente chamada “Floripa”.
Divulgou-se recentemente, o resultado da décima edição do Ranking Connected Smart Cities. É o único estudo brasileiro de cidades inteligentes e avaliou setenta e quatro indicadores para avaliação dos nossos municípios.
Florianópolis conservou a primeira colocação e em segundo lugar veio Vitória, no Espírito Santo. Nossa capital paulista, a macromegalópole São Paulo ficou em terceiro lugar, vindo em seguida Curitiba e Niterói.
Levou-se em consideração um conjunto de onze eixos temáticos: Mobilidade, Urbanismo, Meio Ambiente, Educação, Saúde, Segurança, Empreendedorismo, Tecnologia e Inovação, Energia, Governança e Economia.
É importante que a cidadania tome conhecimento da existência de tais avaliações, para cobrar de suas Prefeituras e Câmaras Municipais, a adoção de boas práticas em cidades inteligentes. Durante a premiação no evento Smart Cities, foram reconhecidas quarenta e cinco cidades em cinco níveis de desenvolvimento. No nível diamante, destacaram-se Salvador e Recife.
A avaliação considera também o número de habitantes. No grupo de cidades que contam com mais de cinquenta mil e menos de cem mil habitantes, a melhor – a mais inteligente – foi Jaguariúna. Em nossa região, Vinhedo esteve em terceiro lugar, Louveira em quarto e Cajamar em décimo.
Jundiaí está no grupo das cidades entre cem a quinhentos mil habitantes e ocupa o oitavo lugar, antecedida por Vitória, Niterói, Camboriú, São Caetano do Sul, Barueri, Santana de Parnaíba e Santos.
Já os municípios com mais de quinhentos mil habitantes começam com Florianópolis, seguida de São Paulo, Curitiba, Belo Horizonte, Salvador, Rio de Janeiro, Campo Grande, Fortaleza, Brasília e Campinas.
No ranking geral, Jundiaí está em décimo sétimo lugar, situada entre Fortaleza e Brasília.
Muito boa classificação, considerando que o Brasil possui 5.570 municípios, grande parte deles com arrecadação insuficiente para pagar o seu funcionalismo e, portanto, dependente dos fundos de participação.
Só que uma cidade é realmente inteligente quando amada por sua população, quando possui uma zeladoria espontânea de parte de seus moradores, os primeiros defensores da limpeza, do meio ambiente, dos cuidados que devem ser propiciados ao lugar que se escolheu para viver.
O sentido de pertencimento é algo que precisa ser incentivado em todos os ambientes, não só na escola. Embora seja na escola que as mestras incutem o sentimento de civilidade e de patriotismo. Um bom indicador de cidade inteligente é o do respeito devotado aos professores, algo que nossa era vê declinar, assim como esmaecem os verdadeiros valores.
Quando o cidadão participa da vida comunitária, sente-se integrado a um município que cuida de todos, ele se sentirá conclamado a fazer parte dessa grande “confraria do bem”, responsável por preservar e aprimorar os índices de qualidade existencial.
Inteligente é a cidade na qual se quer permanecer e da qual não se quer sair. É aquela que consegue fazer de cada morador um defensor ferrenho de seu patrimônio natural, cultural, histórico e afetivo. É isso o que queremos para a nossa querida Jundiaí.
José Renato Nalini é Reitor, docente de pós-graduação e Secretário-Executivo das Mudanças Climáticas de São Paulo (jose-nalini@uol.com.br)
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