No livro da história de Jundiaí, uma de suas páginas mais marcantes, de nosso maior orgulho, está o notável registro do 12º Grupo de Artilharia de Campanha, o tão querido (12º GAC). Suas origens remontam ao ano de 1919. Sua saga gloriosa data participações memoráveis já nos primeiros anos de existência. Em 1924 e 1930 participou do movimento revolucionário com baterias na 2ª Brigada de Artilharia, Campinas e Quitaúna, na Capela de Ribeira. Na revolução de 64, realizou sua maior façanha, marchando 450 km numa só jornada, para reforçar a 5ª região militar. Sua bandeira ostenta a Medalha Constitucionalista e em 1997 recebeu a insígnia de bandeira da Ordem do Mérito Militar, a mais elevada distinção honorífica do Exército Brasileiro.
Neste sábado, retornam estes heróis reservistas ao berço da brasilidade com a 25ª - Volta à Caserna. Estes orgulhosos reservistas desfilam novamente em frente à Casa principal. Quando o comandante 12º GAC Cel Fabio Piai Fornasin e o comandante da 2ª Cia. Cap. Thiago França Viscovim, ao compasso da banda e coordenação do Capitão Rodrigo, abrirem os portões, as emoções tocaram a todos. Em frente ao pavilhão, Jose Adame (1957), Gilberto Ponzeto (1957), Fernando Pomilio (1969), Claudionor Vitalli (1973) Renato De Sordi (1944), o orador da classe Marcio Lins (1955), estarão ao lado de Luiz Spinace (1930) para hastear e fazer tremular a céu aberto o auriverde pendão da minha terra. Não há como conter tamanha emoção, ao que já se chamou carinhosamente de “mar de cabelos grisalhos”. Os nobres reservistas no comando de Jose Roberto Consentino, Adilson Jose Praxedes, Edison Camposilvan Clovis Camilo Abumrad, Roberto Pachari e lenda Roque Jose Agostinho estarão presentes em homenagem da 2ª Cia. de Comunicações. Este ano o desfile será abrilhantado com viaturas militares e civis do maior colecionador do Brasil, a pessoa de Carlos Alberto Pereira, carinhosamente Carlão. Algumas doces lembranças serão buscadas na memória. O corte de cabelo “reco”. A primeira marcha carregando mochila e fuzil. O primeiro acampamento; dormir no mato. O treinamento à noite. A saudosa “baixa”. O coturno reluzente, companheiro do cotidiano. A vistoria, feita todos os dias, para sair do quartel.A barba feita, farda limpa, o “rango”, a generosa comida do quartel: arroz, feijão, salada, carne cozida no molho com batata, pão. A elegante farda verde oliva e o ajeitado quepe. Ah! o primeiro soldo.
Ao vê-los, companheiros, caros reservistas, neste encontro memorável, acredita-se no nosso maior triunfo, o triunfo da democracia. O respeito ao nivelamento das classes sociais. A ordem, a disciplina, a coesão. A educação cívica.
Quero dedicar a coluna de hoje a todos estes herois reservistas. Quero no brilho da festa dar um abraço afetuoso aos amigos Roque José Agostinho, Renato De Sordi e Dirceu Carbonari.
A Caserna companheiros é o filtro admirável, onde os homens se depuram e se apuram, e nos fazem acreditar, que o sentimento de brasilidade jamais será esquecido. Somos filhos da Caserna, somos filhos da Pátria.
Guaraci Alvarenga é advogado (guaraci.alvarenga@yahoo.com.br)