Uma história de séculos que tem importância no Estado e no país, ainda mais se possuímos registros, mesmo simples do que acontecia na colônia no império e na república.
São as atas da Câmara Municipal de Jundiaí entre 1663 a 1948 que registrou a história e os acontecimentos na Vila,que depois se tornou município e cidade.
São milhares de páginas conservadas e muito bem guardadas no Arquivo Histórico Municipal, cuidadas pelo Paulo Vicentini que é o diretor do Museu Histórico e Cultural de Jundiaí, no Solar do Barão.
Esse enorme arquivo teve sua transcrição feita por uma equipe de especialistas formados dentro do próprio museu: Matheus Belodi, Euller Tegani, Julia Munhoz, Gilson dos Santos Lino, Margarida Tavarez e Isabella Ferrari.Além disso foi feita a digitalização para a preservação do documento e para a consulta ampla e democrática por qualquer pessoa, a qual quer tempo, sem nenhum pedido de autorização ou outra forma de controle. Com isso o acervo está salvo, num processo que envolveu essa equipe por pelo menos 8 anos.
Agora, o pedido de seu tombamento pelo secretário Marcelo Peroni, e atendido na última seção do Compac,inicia um processo de tombamento de bens materiais que terá a elaboração para constar a extensão e os valores culturais da coleção. Esse processo de tombamento provavelmente é o mais importante na história do Conselho.Sua importância está na descrição de como a cidade foi formada, quem morou onde e em que tempo.
Essas atas da câmara revelam principalmente as Cartas de Datas de Chão, que são as permissões de uso de terrenos para edificação. Uma a uma vão constituir o desenho desses conjuntos frente para ruas e becos, e finalmente com o conjunto de casarios que constituiu a cidade inicial, o centro, sobre a colina,além de todos os moradores que solicitaram essas cartas de datas, que lá estão revelados. Esse panorama documental, para nós urbanistas, constitui uma verdadeira joia para basear qualquer estudo sobre o desenvolvimento da vila.
Se por um lado isso constituiu o conteúdo de quase todas as atas desde 1663, outras informações preciosas podem ser encontradas lá, por exemplo o terremoto de Lisboa que teve a cidade destruída em 1755, e D. João exige um imposto para reconstrução, que foi necessário ser cobrado em Jundiaí. Ali está como foi cobrado, os valores sobre os produtos e animais que por aqui passaram.
Esses documentos foram anteriormente estudados por Mario Mazzuia com a colaboração de Inocêncio Mazzuia que fez as transcrições desses documentos de linguagem arcaica, como diz, e afirma não ter conseguido anteceder ao ano de 1639 com relação à fundação de Jundiaí. Esse trabalho foi parcialmente publicado com o título“Jundiaí - Através de Documentos”, em 1976.
As atas da Câmara Municipal estão no Arquivo Histórico, vinculado ao Departamento de Museus da Unidade de Gestão de Cultura e sediado no Espaço Expressa (antigo complexo Fepasa) e estão disponíveis para serem consultadas, junto com mais de 55 mil arquivos, no Acervo Digital no site da UGC.
Com tantas informações e com novas possibilidades de leitura, o panorama da história será alterado e reservará surpresas e alterações de como conhecemos a história hoje.
Eduardo Carlos Pereira é arquiteto e urbanista e conselheiro do Compac.
Comentários
2 Comentários
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Regina Dragica Kalman 11/07/2024Realmente, Jundiady passou a ser registrado documentalmente a partir das Atas da Câmara, que passou a ser após se tornar Vila em 14/12/1656. Isso ainda durante o Brasil colônia.
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Elaine Cristina da rocha 06/07/2024Vocês estão de parabéns ????