OPINIÃO

As sociedades fraternas


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O templo maçônico estava todo iluminado. A loja Maestro Vittorio Barbin abria suas portas em sessão magna pública. No corredor central de entrada, os quadros dos fundadores Alisson, Daniel, Eduardo, Hélio, Jefferson, Jose Ari, Luis Antonio, Silvio e Glauco. O venerável mestre acolhia a todos com o ramo da inocência de uma acácia. Adentramos ao local sagrado, recôndito de si mesmo, representação viva do que cada um é. O ladrilhamento em losangos, em forma de xadrez, em suas cores, simboliza o bem e o mal. O teto retratava o céu azul da inteligência e conhecimento, cheio de estrelas. Duas colunas dispostas geravam a reflexão interior. No centro, a estátua de Sophia, deusa da sabedoria. Um incenso dava ares do perfume da purificação. O cordão, com seus doze nós, na parte superior, simboliza o sentimento da humildade. O compasso e o esquadro, a busca da perfeição e da retidão. A cruz, o sinal da libertação. A estrela de cinco pontos: a terra, água, fogo, ar e o Criador, símbolos da fraternidade.

O ritual da cerimônia é marcado por atos inspirados na Bíblia Sagrada. O venerável Mestre comanda os trabalhos com as batidas da purificação de um velho martelo de corte. Os irmãos maçônicos vestem um avental branco, a separar a poeira das impurezas do seu corpo trabalhador. Usam de espadas flamejantes, imagem do poder e do “corte” da ignorância. Filhos de Jó, Ordem Demolay, Grupo de Escoteiros de Curuqui e Dom Gabriel e o suave grupo Sobrinhas do Bethel encenam uma sublime dança ajoelhadas, em forma de cruz. Algo inspirado em Deus.

Com esse espírito emocionado, desejo congratular-me também com a jovem loja maçônica Barão de Jundiahy 733. Idealizada por cinco amigos. Carlos Alberto Basso, Fabio Eduardo Kachan, Aguinaldo Luis Oliveira, Joaquim Gaspar de Mello Junior e Joaquim Tadeu Hernandez. A primeira sessão oficial teve a presidência do nobre João Carlos Pereira Donato. Seu brasão é obra singular de criação dos maçônicos Jose Antonio Galego e Marcelo Azzolini, refletindo símbolos de nossa cidade, como a Serra do Japy, o rio Jundiaí, inclusive o nome da loja que traz a grafia antiga do município. Formada por cinco irmãos, completa neste ano mais de uma década de existência contando com cerca de 40 membros. A escada da trajetória apresentou degraus suaves e ásperos, mas a tríplice força dos três pontos manteve-se firme, sustentada pelas colunas dispostas na valorização da família e da fraternidade. Parabenizo-os pelo saber, por ousar, por poder e por calar-se.

Voltando à bela homenagem prestada pela grande loja Maestro Vittorio Barbin, não poderia deixar de registrar a forte emoção que senti ao ser convidado a depositar, no altar do Venerável Mestre, uma rosa vermelha, para as que se encontram no Oriente Eterno. Lágrimas furtivas escaparam de meus olhos ao reverenciar a minha saudosa mãe, num gesto inesperado de tão profundo amor.

Se me permitam dizer, eu não tive a sorte de conhecer muito sobre a Maçonaria, em compensação tenho hoje o grande prazer de conhecer muitos maçons, e por isso julgá-los como irmãos. Sim, somos todos filhos do Deus Criador. Que assim seja.

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