PRODUÇÃO AFETADA

Lula: Governo poderá importar arroz e feijão após tragédia no RS

O estado do Rio Grande do Sul responde por cerca de 70% da produção de arroz no Brasil.

Por Renato Machado | 07/05/2024 | Tempo de leitura: 3 min
da Folhapress

Reprodução/Portal do Agronegócio

A inundação de terras deve atrasar todo o processo de plantio para as próximas colheitas.
A inundação de terras deve atrasar todo o processo de plantio para as próximas colheitas.

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) afirmou, nesta terça-feira (7), que o governo federal pode ter que importar arroz e feijão para segurar a alta dos preços desses produtos, cuja produção foi afetada pelas inundações no Rio Grande do Sul.

"Agora, com a chuva, eu acho que nós atrasamos de vez a colheita do Rio Grande do Sul. Se for o caso, para equilibrar a produção, a gente vai ter que importar arroz, a gente vai ter que importar feijão para que a gente coloque na mesa do povo brasileiro um preço compatível com aquilo que ele ganha", afirmou o presidente.

'Eu agora estou com uma briga para baixar o preço do feijão e do arroz. Porque está caro e com essa chuva no Rio Grande do Sul talvez encareça mais. A Bahia precisa plantar arroz, precisamos financiar o plantio de arroz em outros estados porque se tem uma coisa que não pode estar caro é o arroz e feijão", completou.

O estado do Rio Grande do Sul responde por cerca de 70% da produção de arroz no Brasil. O Irga (Instituto Rio Grandense do Arroz) afirmou que 82,9% das lavouras já foram colhidas. Restam em torno de 150 mil hectares.

"A região Central é a que apresenta menor percentual de área colhida, com 62%, restando cerca de 45 mil ha [hectares]. Essa é a região mais afetada com as enchentes", afirma o órgão, vinculado ao governo gaúcho.

Apesar de a maior parte da colheita já ter sido feita, o principal problema atual é o escoamento da produção, considerando que as estradas estão bloqueadas por deslizamentos de terra ou por inundações.

Além disso, a inundação de terras deve atrasar todo o processo de plantio para as próximas colheitas. E os agricultores ainda não conseguem ter uma dimensão exata do prejuízo, com terra e maquinário, pois muitos não conseguem acessar suas propriedades.

Lula concedeu entrevista a um conjunto de sete rádios: Nacional da Amazônia, Nova Brasil (SP), Banda B (PR), Verdinha (CE), Itatiaia (MG), Gaúcha (RS) e Centro América (MT).

O Planalto destacou que era uma edição especial do programa "Bom dia, ministro", que recebe os titulares do governo para contar as ações de suas pastas. Dessa vez, chamou-se "Bom dia, presidente".

A maior parte da entrevista do presidente foi dedicada a tratar da tragédia climática no Rio Grande do Sul, que já deixou 85 mortos. O número de mortos pode aumentar, pois 134 pessoas estão desaparecidas.

Lula afirmou que ainda não é possível ter uma ideia dos recursos que serão necessários para recuperar a infraestrutura do estado e as necessidades das famílias. Afirmou que os primeiros recursos emergenciais de seu governo já começam a ser liberados nesta terça-feira (7).

"Então por enquanto estamos naquela fase que o emergencial vai ser liberado a partir de hoje. Vários ministérios já têm autorização para começar a liberar os recursos iniciais para os primeiros socorros e depois a gente vai trabalhar junto com o governador o projeto [de reconstrução]", afirmou o presidente.

Também participando da entrevista, o ministro da Casa Civil, Rui Costa, afirmou que cerca de R$ 1,06 bilhão em emendas serão liberados a partir de sexta-feira (10).

2 COMENTÁRIOS

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  • Darsio
    08/05/2024
    Precisávamos ter estoques reguladores, mas desde o Governo Temer ao do Bolsonaro, tais estoques foram completamente eliminados, de tal ordem que nos tornamos muito vulneráveis as especulações e, aos absurdos preços praticados pelo mercado. Além disso, é importante que haja uma linha de crédito especial para o plantio de arroz e de feijão e, voltada a incentivar o cultivo desses produtos em diferentes estados. O que vai no prato do trabalhador brasileiro deveria ter prioridade nos investimentos feitos na agricultura pelo estado.
  • Valentim estação
    08/05/2024
    Esse governo é um desastre total, um desgoverno canalha