MUITOS CASOS

Incêndio no Morro da Baleia é mais um neste mês e devastou 45 km² de mata

GM fala sobre trabalho de combate e alerta sobre pessoas sem treinamento que tentam ajudar

Por Nathália Sousa | 29/04/2024 | Tempo de leitura: 3 min

Divulgação

O estrago no Morro da Baleia foi de quilômetros de terra arrasada
O estrago no Morro da Baleia foi de quilômetros de terra arrasada

O incêndio que atingiu o Morro da Baleia por cerca de 45h, entre a sexta-feira (26) e o domingo (28) deixou quilômetros de terra arrasada e estragos. Este incêndio é mais um dos muitos registrados em vegetação em Jundiaí. Só neste ano, de acordo com o Corpo de Bombeiros do município, foram mais de 100 solicitações, via 193, de incêndio em vegetação. Do total, 63 foram só neste mês de abril.

Assim como os bombeiros, a Divisão Florestal da Guarda Municipal de Jundiaí (GMJ) atuou no combate às chamas. Subinspetor da Divisão, Cláudio de Souza diz que a estimativa é de mais de aproximadamente seis campos de futebol queimados.

"Pelas imagens do drone, foram queimados 45 km². Em linha reta, dá uns 2 quilômetros de área queimada. O Morro da Baleia praticamente faz divisa com várias residências, então muitas pessoas têm acesso e algumas vão para contemplar a paisagem, outros vão para usar entorpecentes, tem gente que vai em época mais fria e faz até fogueira, então pode ter um foco de fogo que se propaga muito fácil", alerta.

Cláudio conta que o trabalho é árduo e mobilizou todas as equipes da GM Florestal. "Quando guardas estão combatendo as chamas, tem a inalação da fumaça, eles podem sofrer desidratação. Muitas vezes, no topo do morro, não entra viatura, então a viatura fica no pé do morro e o guarda tem que subir carregando todos os EPIs, os sopradores, os abafadores, bomba costal, que tem 20 litros de capacidade. Muitas vezes, o guarda já chega cansado ao local do fogo para iniciar o trabalho de resfriamento e asseio."

ACOMPANHAMENTO

O uso de drones é importante em casos do tipo, sobretudo para se ter noção da direção do fogo. O subinspetor explica o emprego do equipamento. "O fogo começou por volta das 15h de sexta-feira (26) em três focos diferentes e todas as equipes disponíveis foram até o local, com 11 guardas e quatro viaturas. Foram divididos em dois grupos, um atrás da Malota e outro em frente ao Terminal Rodoviário, ao lado da pista. Um dos integrantes da equipe tem drone e levantou vôo. As chamas estavam alcançando até três metros de altura. Fizemos esse combate até as 18h e o fogo estava cessando. Por volta das 20h, o fogo voltou, porque a forragem de folhas fica quente, então pode queimar de novo com um vento, mas, para segurança, só colocamos combatentes à noite em focos próximos a residências, visando a segurança dos guardas e da população."

"No período da manhã, retornamos, e solicitamos o drone à inteligência da Guarda, porque precisa de autorização da Anac, plano de vôo, com tempo, altitude, e ao mesmo tempo precisa de uma boa localização, para ter sinal de antena. É algo planejado. Fomos para o local no domingo e fizemos um sobrevôo com drone, vistoria a pé e não apresentava mais risco, por volta das 11h", conta ele, sobre o fim do incêndio.

ALERTA

O subinspetor Claudio de Souza diz que pontos como a Serra são monitorados, a fim de identificar riscos. "Temos videomonitoramento na cidade e algumas câmeras são voltadas à Serra. Também acompanhamos grupos que soltam balões, que às vezes vêm da Capital, até armados, invadem residências para recuperar os balões. Há cerca de um mês, caiu um balão em área de reserva, de acesso difícil, com árvores de 20 metros, 30 metros de altura. Tem que entrar nesses locais com picada. Acompanhamos a Serra do Santa Clara, Terra Nova e Eloy Chaves", conta.

Ele também faz alerta sobre o perigo de pessoas sem treinamento que decidem, por conta, atuar em combate às chamas em vegetação. "A gente entende que tem gente que defende o meio ambiente, mas pode se colocar em risco. O ideal é deixar esse trabalho para quem tem o treinamento. Se a pessoa se dispõe, pode se colocar em risco, seja pela fumaça ou até por ficar sitiado pelo fogo. As pessoas precisam ligar para o 153 OU 193. Voluntários têm boa vontade, mas precisa de coerência e inteligência."

COMENTÁRIOS

A responsabilidade pelos comentários é exclusiva dos respectivos autores. Por isso, os leitores e usuários desse canal encontram-se sujeitos às condições de uso do portal de internet do Portal SAMPI e se comprometem a respeitar o código de Conduta On-line do SAMPI.