SAÚDE

Rotina com diabetes não precisa ter privações, mas exige acompanhamento contínuo

Criando conteúdo sobre a doença, Julia desmistifica alguns mitos e conta como é a rotina em casa, pois a mãe e a irmã também são diabéticas

Por Nathália Sousa | 29/04/2024 | Tempo de leitura: 2 min

Arquivo pessoal

Julia Bueno (esq.), a mãe e a irmã têm diabetes tipo 1
Julia Bueno (esq.), a mãe e a irmã têm diabetes tipo 1

Desmistificando a diabetes, a jundiaiense Julia Fernandes Rosa Bueno, de 28 anos, tem a doença desde a infância, assim como sua mãe e irmã. Para compartilhar a rotina da família, lidando diariamente com a diabetes, ela criou um perfil no Instagram chamado @diabetesnarotina.

"Tenho diabetes tipo 1 desde os nove anos. Minha mãe também tem, desde os 11 anos, e minha irmã descobriu com 10 anos. Como minha mãe já era diabética, a gente tinha uma alimentação mais regrada, sempre tivemos muitas verduras e legumes em casa, então não foi uma mudança muito abrupta na nossa rotina", lembra ela sobre as descobertas na família.

Julia diz que, quando a irmã teve diagnóstico da doença, o choque foi grande. "Não é verdade que filhos de pais diabéticos terão diabetes, é muito raro passar dos pais para filhos. Quando minha irmã descobriu, foi um choque muito grande, porque teve a questão de se adaptar ao uso de insulina, a regulação da glicemia. Para mim, como teve o caso da minha irmã, eu passava de maneira mais constante com endocrinologista e descobri a minha diabetes bem no início."

NO DIA A DIA

Mãe e filhas com diabetes, algumas coisas são compartilhadas, mas outras, não. No caso das insulinas, por exemplo, cada uma tem a sua. "Cada uma tem uma insulina, minha mãe tem a bomba, eu tenho a minha e minha irmã tem a dela. Nós três conseguimos pelo governo. No caso da minha mãe, que é a bomba, ela entrou na Justiça para ganhar os insumos. A única insulina que não conseguimos é a rápida, tenho que comprar."

Julia explica que vive uma rotina sem restrições, apenas aprendeu a se adaptar. "Sou uma formiga. Acho que quando me tornei diabética, apesar dos estudos, não se falava sobre comer doce e depois fazer o exame de insulina, você ia perder uma perna, ficar cega. Então, toda vez que eu comia doce, eu fazia exercício físico depois, para diminuir a glicemia, mas entendi que poderia comer doce se usasse a insulina. Tem muito produto que, apesar de ser zero açúcar, tem muito carboidrato, então sempre falo para as pessoas não passarem vontade, mas fazerem a contagem da glicemia para tomar insulina, desde que alinhado com endocrinologista", alerta.

O fundamental é acompanhamento da saúde, que precisa ser constante. "No caso do diabético, tem a hiperglicemia, quando tem muita glicose no sangue, e a hipoglicemia, quando falta. Existem alguns sintomas, mas varia muito de pessoa para pessoa. A maioria das pessoas sente tontura e até uma ansiedade quando tem hipoglicemia e fica meio sonolenta, com dor de cabeça, quando é a hiperglicemia. Apesar das oscilações ocorrerem com certa frequência, porque o controle não é 100%, sempre fica a dúvida do que se está sentindo. Por isso, sempre fazemos exame de ponta de dedo e andamos com sachê de açúcar, para a hipoglicemia, e insulina rápida, para a hiperglicemia", conta.

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