OPINIÃO

Felicidade

12/04/2024 | Tempo de leitura: 3 min

De acordo com definição mais singela significa "bem-estar espiritual" ou a tão famosa "paz interior".

Shakespeare disse:" Sofremos com o pouco que nos falta e gozamos pouco o muito que temos".

É o que digo e tento colocar em prática que, no mais das vezes, colocamos a felicidade onde não estamos. Já repararam nisso?

Muita vez não damos conta de que somos felizes onde estamos e ficamos imaginando que seríamos felizes se estivéssemos em outros lugares. Esse comportamento faz com que esqueçamos de olhar ao redor e sopesar o lugar ocupado. Tudo isso é fruto da luta por lugares melhores em nome da eterna insatisfação, que deve ser avaliada com muito critério sem perder de vista de que a mudança é a única que deve ser permanente. A meu sentir, mudança sempre para melhor, mantendo também a recomendação da clássica frase de que "em time que está ganhando, não se deve mexer".

É muito comum nos depararmos com relatos de pessoas que não se sentem satisfeitas com e no trabalho que desenvolvem e não valorizam as atividades e esquecendo do número de desempregados, em cujo lugar muitos adorariam estar.

É certo que a busca por melhora e crescimento é muito salutar e auxilia sobremaneira na evolução em todos os sentidos, servindo, inclusive, de exemplo. O que não se recomenda é permanecer reclamando e reduzindo na qualidade do trabalho contratado até porque, comumente aceita a contratação e com o passar do tempo, as críticas surgem e aumentam, afastando também o compromisso moral em desrespeito ao ajuste inicial.

A incessante busca da felicidade recomenda moderação e muita paciência, porque o tempo nem sempre nos pertence e a ansiedade exerce função acelerada, contribuindo com a sensação de infelicidade, razão pela qual a moderação se torna obrigatória.

De qualquer modo o que se recomenda não é acomodação, mas a busca por melhoria dentro, por óbvio, dos limites pessoais, tanto que nos deparamos com pessoas insatisfeitas com o que têm e aspiram melhoria sem habilitação para realização de seu sonho.

Outro fator que complica o resultado são pessoas que aspiram lugar de outras pessoas e, por não estarem preparados/capacitados para tal, passam a tecer comentários negativos, quando o mais salutar é prestigiar aqueles que alcançaram patamar maior e sirva de exemplo para o crescimento.

Nessa linha vale lembrar a frase do poeta, afirmando: "Respeite quem pode chegar aonde a gente chegou". E aqui retomo a seguinte dinâmica: "Você, que está lendo essa crônica, está subindo em uma escada e eu logo abaixo. Diante disso, eu prestigiando sua posição, passo a lhe apoiar, postando minhas mãos em suas costas garantindo segurança e sucesso na subida. O que ocorre? Na medida em que você sobe os degraus e eu o apoiando, também subo! Simples assim." Infelizmente nos deparamos com pessoas que, nessa mesma dinâmica, tentam derrubar aquele que estiver alguns degraus acima, acreditando no efeito gangorra, quando o que ocorre é bem o contrário, ou seja, os dois caem!

De outro lado, não podemos perder de vista que as diferenças são muito importantes no dia-a-dia, pois se não existissem não haveria estímulo à própria vida. O que seria do azul se todos gostassem do amarelo?" Acho que seria muito chato! Já pensou se não existisse o quente e o frio? O alto e o baixo? O gordo e o magro? O doce e o amargo? A luz e o escuro? O rico e o pobre? E por aí vai. O que se verifica é que, em grande parte, o que falta é exatamente esse entendimento agravado pelo distanciamento dessa realidade. Assim, aquele que estiver em condição diferente - no mais das vezes - não consegue avaliar essa realidade. A evidência não se exige que façamos parte de qualquer desses grupos, mas, no mínimo, estejamos um pouco mais próximo e pratiquemos empatia para só, e somente só, comentar/avaliar.

É muito fácil, estando longe dessa realidade, tecer comentários depreciativos e ainda estarmos próximos. SÓ QUEM É SABE O QUE É SER. Assim, o ideal é auxiliar na busca da felicidade praticando, ao menos, a empatia.

Eginaldo Honorio é advogado, doutor Honoris Causa e conselheiro estadual da OAB/SP (eginaldo.honorio@gmail.com)

** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do SAMPI

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