OPINIÃO

Somente vê quem tem olhos para enxergar

10/04/2024 | Tempo de leitura: 3 min

As tecnologias de uso comum em nosso cotidiano hoje, já eram reproduzidas nas séries de Hanna-Barbera em meados da década de 60. Estou falando do desenho futurista "Os Jetsons". Relógios inteligentes, dispositivos móveis (o tablete); a empregada robô Rose, que ajudava na limpeza e administração da casa; os "telecomunicadores", aparelhos sem fio e que faziam videochamadas, precursores dos nossos celulares; sem contar com os inúmeros apetrechos e máquinas utilizadas na série Star Trek, Jornada nas Estrelas, filme de ficção científica criada por Gene Roddenberry, em 1962.

Os Jetsons viviam na "Era Espacial", numa casa inteligente, no ano de 2062. Parte dessa ficção científica se tornou realidade. Ainda não temos cidades suspensas, carros voadores, nem alimentos impressos em replicadoras 3D, mas há muito tempo o trabalho é automatizado nas fábricas, o robô auxilia na produção e no nordeste brasileiro está sendo construída a primeira smartcity inteligente, embora São José Campos, em SP, recebeu títulos de Cidade Inteligente, Sustentável e Resiliente, em outubro do ano passado, baseados nas normas da ABNT (Associação Brasileira de Normas Técnicas).

A nave superequipada da série Star Trek viajava no tempo, por dimensões, rumo ao desconhecido, atravessando o buraco de minhoca – "uma curta passagem no espaço-tempo que conecta diretamente dois universos ou duas regiões distantes dentro do mesmo universo" (Wikipédia). Teoria do estadunidense John Archibald Wheeler de 1957.

Será que eles já sabiam?

A tripulação da Star Trek tinha assistentes virtuais, engenhocas como a Alexa, da Siri e do Google, que  forneciam informações e auxiliavam a calcular e a lembrar das tarefas agendadas. Dr. Spock, o personagem híbrido de orelhas pontudas meio humano, meio Vulcano, usava em seus pulsos um aparelho similar a um bracelete que possibilitava o diagnóstico dos tripulantes, por meio de imagens, sem precisar fazer cirurgias, antecessor das gigantes máquinas de tomografias e ressonâncias atuais. O conceito de telemedicina também apareceu na série.

Desmaterializar-se em um lugar e se materializar em outro, economizando tempo por meio de um teletransporte, localizadores que possibilitavam viajar com segurança de um ponto ao outro e telas enormes que permitiam a visualização de tudo que acontecia no espaço estão materializados hoje no GPS e no maior televisor com oito metros de comprimento por cinco metros de altura, equivalente a 370 polegadas. Infelizmente ainda não temos o teletransporte. Os telescópios espaciais potentes Hubble e James Webb nos permitem ter imagens e informações sobre corpos espaciais distantes da terra, assim como as ferramentas utilizadas pelos personagens da Star Trek.

Instigando a imaginação, a ficção científica tem demonstrado aos moradores terráqueos que pode haver muito mais do que os nossos olhos podem ver. A Inteligência Artificial, desde os seus primórdios, na década de 50, vem desenvolvendo ferramentas que utilizam algoritmos e modelos matemáticos que processam dados e realizam tarefas com precisão e rapidez. O ChatGPT acordou a curiosidade de uns e sua poderosa usabilidade para outros, desde que você tenha a habilidade de fazer as perguntas certas – perguntas tolas, respostas tolas. É a tecnologia presente no meu e no seu cotidiano. O quanto estamos realmente nos apropriando e despertando para o novo mundo que já chegou?

Rosângela Portela é jornalista, mentora e facilitadora (rosangela.portela@consultoriadiniz.com.br)

** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do SAMPI

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