Qualquer pessoa pode ter problemas de saúde mental ou emocional ao longo da vida, muitos de nós tivemos, temos ou ainda teremos. Porém, a saúde mental inclui o bem-estar emocional, psicológico e social. É muito mais do que a ausência de uma doença mental, além de ser essencial para a saúde geral e qualidade de vida.

O "bem-estar mental" ainda não tem um significado definido, mas é quando nos sentimos bem, quando estamos lidando com a vida diária, de uma maneira organizada emocionalmente. Um bom bem-estar mental não significa que estejamos sempre felizes, ou que não somos afetados pelas experiências da vida e nem sempre significa que não se tem um problema de saúde mental. Podemos conviver com um problema de saúde mental, mas ter um bom bem-estar mental neste momento. Ou podemos não ter um problema de saúde mental, mas estar lutando com o bem-estar no momento. Mas uma coisa é fato: mau-estar mental pode tornar mais difícil lidar com a vida diária.

Algumas dicas sempre são listadas quando o assunto é melhoria do bem-estar mental, como relaxar e reduzir o estresse, passar mais tempo em contato com a natureza, ter amigos e boas companhias, cuidar da saúde física e ter uma boa higiene do sono. Parece fácil, mas há uma coisa que precede isso tudo: o autocuidado!

O autocuidado, eu diria, é o bem mais precioso quando falamos em saúde mental, pois significa reservar um tempo, muitas vezes escasso numa rotina extenuante, para fazer coisas que nos ajudem a viver bem e a melhorar a saúde física e mental. Isso pode ajudar a controlar o estresse, diminuir o risco de doenças e aumentar a nossa energia. Mesmo pequenos atos de autocuidado em nossas vidas diárias podem ter um grande impacto em nossa saúde e no bem-estar mental.

Os últimos estudos em saúde mental sugerem uma modalidade, antes não tão indicada para o caso: a musculação ou o treinamento resistido. Tanto em pessoas mais jovens, quanto em idosos, a musculação foi crucial para melhoria de quadros depressivos.

Outro ponto essencial para a saúde mental é um órgão que tem tudo a ver com o cérebro, mesmo estando longe: o intestino. Os dois órgãos possuem uma forte conexão, pois o intestino está diretamente ligado ao cérebro através do nervo vago. O intestino é revestido por uma imensa rede de células nervosas, que além de ser o responsável por produzir vários neurotransmissores e, ao contrário dos demais órgãos, que apenas recebem informações vindas do cérebro, a rede neuronal do intestino também envia informações e é capaz de interferir em nossa atividade mental. Pesquisas recentes associaram a utilização de probióticos com diminuição de marcadores inflamatórios na microbiota, relacionados com transtornos mentais, ansiedade e depressão. Olha aí a saúde intestinal interferindo em nossa saúde mental.

Referências de estudos não nos faltam, tudo nos leva a crer que quanto mais buscarmos hábitos de vida saudáveis, mais saúde física, mental e emocional teremos para desfrutar nossas vidas. Precisamos organizar nossa rotina, entender quais a mudanças necessárias para buscar saúde e felicidade. Nossa saúde mental merece toda a nossa atenção! Muita saúde a todos.

LICIANA ROSSI é educadora física (licianarossi@terra.com.br)