TRÂNSITO

Metade dos brasileiros não usa cinto de segurança

O uso do cinto de segurança no banco de trás é ainda menor na zona rural, onde apenas 44,8% disseram ter o hábito de utilizar

Por Rafaela Silva Ferreira | 04/04/2024 | Tempo de leitura: 3 min

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Dentre as razões apontadas para a não utilização do cinto de segurança no banco de trás, está a falsa sensação de segurança
Dentre as razões apontadas para a não utilização do cinto de segurança no banco de trás, está a falsa sensação de segurança

Uma pesquisa do Ministério da Saúde, realizada em parceria com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), aponta que apenas 50,2% da população afirma sempre usar o cinto de segurança quando está no banco traseiro de carro, van ou táxi. Essa estatística alarmante levanta questões sobre os riscos associados a essa prática, bem como as possíveis razões pelas quais as pessoas optam por não utilizar esse dispositivo de segurança.

O uso do cinto de segurança no banco de trás é ainda menor na zona rural, onde 44,8% disseram ter o hábito de colocar o cinto. Entre as regiões, Norte e Nordeste registram os índices mais preocupantes, 36,7% e 39,5%, respectivamente, enquanto os moradores da região Sul demonstraram ter mais consciência da importância deste item de segurança. Lá, 65,1% das pessoas com 18 anos ou mais disseram sempre usar cinto no banco de trás. O cenário nas regiões se repete quando o assunto é utilizar o cinto no banco da frente: Norte e Nordeste apresentaram os menores índices (67,2% e 66%) e Sudeste e Sul os maiores (86,5% e 86,2%).

Segundo o agente de trânsito Rodrigo Pereira Marques, 42 anos, não usar o cinto de segurança no banco de trás pode resultar em sérias consequências em caso de acidente. "Mesmo em colisões a baixa velocidade, os ocupantes do banco traseiro podem ser arremessados para frente, colidindo com os ocupantes do banco da frente ou com partes do veículo. Isso pode resultar em ferimentos graves ou até mesmo fatais."

Dentre as razões apontadas para a não utilização do cinto de segurança, está a falsa sensação de segurança, especialmente em trajetos curtos ou em áreas urbanas. Além disso, muitas pessoas consideram desconfortável ou inconveniente o uso do cinto de segurança no banco traseiro. "Os avisos sonoros, presentes em muitos veículos têm sido uma medida para incentivar o uso do cinto. No entanto, sua eficácia é limitada, uma vez que muitos motoristas acabam desconsiderando esses alertas", pontua o agente.

É importante ressaltar que, de acordo com o Código de Trânsito Brasileiro (CTB), o condutor ou passageiro que deixar de usar o cinto de segurança, conforme previsto no artigo 65, está cometendo uma infração grave. Nesses casos, o valor da multa é de R$ 195,23 e cinco pontos são adicionados na Carteira Nacional de Habilitação (CNH) do motorista.

Só que utilizar o cinto não é única exigência do órgão. Para não receber uma multa, também é preciso que o item não seja colocado de forma irregular, como, por exemplo, com a parte diagonal do cinto de três pontos passada por baixo do braço ou por trás do condutor e passageiro. "Então, a obrigatoriedade de utilização do cinto de segurança é para todos os ocupantes do veículo, inclusive no banco traseiro. Ao mesmo tempo, a exigência é para todas as vias. Ou seja, não somente nas rodovias", explica.

MULTAS
Segundo dados do Detran, de janeiro até o início de março de 2022, cerca de 40 mil multas foram aplicadas a condutores que não utilizavam o cinto de segurança. Outras 5.266 infrações foram por conta de passageiros que não usavam o equipamento de uso obrigatório.

De 2019 para 2021, houve um aumento de 53,8% em relação as multas por falta do uso cinto no Estado de São Paulo. Foram 89.927 mil autuações em 2019 e 138.364 mil em 2021.

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