
Mais do que o crescimento populacional, a idade média em Jundiaí vem subindo bastante, indicando o envelhecimento da população. No início do século, em 2000, o município tinha 323.397 habitantes e a média das idades ficava na faixa etária de 15 a 19 anos. Já em 2010, quando a cidade tinha 370.126 habitantes, a idade média era entre 25 e 29 anos. Já em 2022, ano do último censo do IBGE, Jundiaí chegou aos 443.221 habitantes e idade média na faixa dos 40 aos 44 anos. Desde o ano 2000, a população cresceu 37%, enquanto a idade média subiu mais de 140%.
Esses números mostram que Jundiaí, de forma mais acelerada, segue uma tendência nacional e mundial. De acordo com o último censo, Jundiaí tem 80.581 idosos, com mais de 60 anos. Isso corresponde a 18% da população. Parece pouco, mas, para se ter uma ideia, em 2010, os idosos eram 49.387, 13,3% da população. E, em 2000, 34.628, o que equivalia a 10,7 da população da época. Ou seja, há uma linha ascendente na parcela de idosos na sociedade, ao passo em que a natalidade vem caindo com o passar do tempo.
POLÍTICAS
Presidente do Conselho Municipal de Direitos da Pessoa Idosa de Jundiaí (COMDIPI), Fé Juncal alerta para a emergência de políticas voltadas à pessoa idosa e para a atenção à previdência pública. "Políticas públicas precisam ser desenvolvidas e elas que vão ditar o envelhecimento da população. É necessário se adaptar às demandas de moradia, alimentação, saúde, mobilidade. O Brasil tem fôlego para isso e Jundiaí também tem. No aspecto econômico, o maior sistema de proteção social do Brasil é a previdência pública, se está deficitária, é por movimentações de parte do poder econômico, porque sabem que uma privatização tem potencial de ganhos."
Fé, que também é presidente da Associação dos Aposentados e Pensionistas de Jundiaí e Região, lembra que a maioria dos aposentados tem 60 anos ou mais e renda de um salário mínimo. "Em poucos anos, vamos ter uma multidão de idosos em situação de pobreza, porque o poder público não olha para esse envelhecimento como deveria."
"A desigualdade social amplia comorbidades na população mais pobre, então há pessoas com 45, com 50 anos que já estão velhas", lembra ela sobre a diferença de suporte que as pessoas também têm até chegarem à terceira idade e que isso influencia na demanda por saúde, por exemplo.
GERAL
No Brasil, entre 2012 e 2021, a população com menos de 30 anos caiu 5,4%. No mesmo período, a população brasileira cresceu 7,6%. Já a parcela de pessoas com 60 anos ou mais passou de 11,3% para 14,7% da população no mesmo comparativo.
Um estudo publicado recentemente na revista científica Plos One, que compila dados de economistas e demógrafos de vários países, mostra que a longevidade da população vem aumentando na maioria dos países, principalmente no Japão, nos Estados Unidos e em europeus. A expectativa média de vida é de 80 anos nessas regiões e espera-se que avance até 2030.