Segundo a Organização Mundial de Saúde, em 2030 a depressão será a doença mais comum do mundo, como será também a doença que mais gerará custos econômicos e sociais para os governos, devido aos gastos com tratamento para a população e às perdas de produção.
A depressão pode ocorrer devido a causas orgânicas, psicológicas sociais e mistas. Porém a Doutrina Espírita nos ensina que, em grande parte das vezes, a sua causa é de origem espiritual. Essa visão correlaciona a depressão à responsabilidade de cada um de nós no cultivar de pensamentos, sentimentos, palavras e ações para si mesmo e para os outros; no jeito de ser, ver e reagir mediante os fatos das nossas inúmeras encarnações. Portanto, nós somos atualmente o resultado de nossas escolhas de toda uma existência milenar.
Não podemos dizer que todo processo depressivo tenha raízes em encarnações passadas, mas as enfermidades mentais, vinculam-se quase sempre às inadequações das vidas anteriores, pela não observância da ética e da moral. Assim, sofrendo as consequências dos nossos desvios morais pregressos, estamos sendo chamados a melhorar nesse aspecto.
Existem dois grandes grupos de depressão. As de fundo cármico, oriundas de ações moralmente doentias do espírito em uma ou diversas encarnações, nas quais prejudicou a si ou a terceiros, demarcando quando do processo reencarnatório a escolha de um material genético comprometido capaz de dar origem a doença. E as desencadeadas por situações atuais de profundo comprometimento da tristeza (reativas), geralmente de intensidade mais leve e as quais geralmente não respondem ao tratamento convencional de maneira satisfatória.
Estudos científicos já comprovaram que pessoas religiosas são menos propensas aos quadros depressivos e quando os tem, são mais leves e respondem melhor aos tratamentos. O Espiritismo pode contribuir na melhora da depressão, pois ele oferece: o conhecimento doutrinário, o autoconhecimento, a prece, a fluidoterapia que é a aplicação de passes e a água fluidificada, a orientação espiritual, a orientação mediúnica, o atendimento desobsessivo para o afastamento de entidades espirituais ou energias negativas, o apoio social etc. Sendo o seu grande objetivo a reforma íntima, o desenvolvimento moral e consequentemente a melhora das pessoas.
Como tratamentos para a depressão, temos principalmente o uso de medicamentos e psicoterapia. É importante termos em mente que o auxílio espiritual é complementar e não substitui o tratamento convencional, não devendo este ser abandonado.
Oferecendo às pessoas com depressão a visão Espírita das causas primordiais do adoecimento, ocorre um processo de responsabilidade pessoal, no qual o indivíduo não é só o próprio responsável pela sua doença ou pelo seu sofrimento, como também pela sua cura. Não é uma visão culpabilizante, mas uma abordagem em que o ser torna-se responsável por si próprio, não apenas pelos aparentes fracassos, mas especialmente por suas conquistas.
Eduardo Battel é médico urologista, expositor Espírita e Coordenador da Liga de Medicina e Espiritualidade da FMJ (ebattel@hotmail.com)