Mais de 46 mil eleitores vão às urnas hoje (3) para eleger o novo prefeito de Itupeva (SP). A eleição ocorre fora de época devido a uma determinação da Justiça, que pediu pela cassação da chapa do prefeito Marcão Marchi (PSD) pelo uso indevido dos meios de comunicação na campanha eleitoral de 2016.
Em agosto, o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) derrubou a sua candidatura em decisão unânime, por sete votos a zero. Desde então, o município é governado pelo presidente da Câmara de Itupeva, Angelin Lorenção, que foi substituído, o Legislativo, por sua vice, Ana Paula Marciano.
va conta com 15 locais de votação, com 135 seções. A votação terá início às 8h e se encerrará às 17h. A partir das 16h30, a Rádio Difusora Jundiaí transmite ao vivo a cobertura do resultado, com a apresentação de Adilson Freddo e opinião do colunista e cientista social Samuel Vidilli. A emissora está disponível na frequência 810 AM e pela internet.
Os quatro candidatos que disputam o cargo - válido para o ano de 2024, até a data das eleições convencionais - conversaram com exclusividade com o Grupo JJ de Comunicação, em dias sequenciais e em durações idênticas de entrevista.
Vice-prefeito do mandato que foi cassado porém considerado elegível do TSE, Alexandre Mustafá (PSD) discorda da decisão da Justiça reforça a construção de um mandato de continuidade. "Não é hora de aventura nesse momento, Itupeva não precisa disso", disse, referindo-se aos demais nomes que disputam o cargo.
Um deles é Jota Júnior (Solidariedade), vereador em segundo mandato na cidade. Segundo ele, sua principal pauta será a renegociação de dívidas públicas e a reformulação do sistema de saúde de Itupeva. "As contas estão colapsando", acusou ele, em entrevista à Rádio Difusora Jundiaí.
O vereador Lucas Fumacinha (Republicanos) também aponta a necessidade de enxugar gastos considerados desnecessários na prefeitura. "Nesse um ano de mandato separei essa meta em três eixos: saúde, mobilidade e entrega de obras."
Já Rogério Cavalin (MDB), que se candidata a prefeito de Itupeva pela segunda vez, conta que, quando soube das eleições suplementares, retomou os trabalhos da campanha de 2020 para atrair eleitores. Ele defende o equilíbrio fiscal e financeiro da cidade. "Precisamos reorganizar a cidade e planejar um futuro promissor", afirmou.
APOIO
As eleições suplementares que ocorrem hoje em Itupeva colocam três ex-prefeitos em palanques diferentes, fazendo do cenário político um grande xadrez eleitoral de preparação para as eleições convencionais em outubro de 2024. De um lado, o ex-prefeito Marcão Marchi, que foi cassado, tenta emplacar seu ex-vice, Mustafá, na cadeira, para manter o poder e chegar fortalecido às eleições do ano que vem.
Em outra frente, Ricardo Bocalon, de forma mais discreta e com atuação forte nos bastidores, apoiando Rogério Cavalin, que foi seu Secretário de Cultura quando governou Itupeva, de 2013 a 2016. Trata-se de outra movimentação política, uma vez que Bocalon afirmou cogitar ser candidato em 2024.
Em uma terceira frente, está o ex-prefeito Ocimar Poli, que apoia Lucas Fumacinha. O ex-chefe do Executivo, que geriu o município até 2012, tenta extrair desse momento uma oportunidade para aqueles que não o conhecem, preparando os passos para 2024.