OPINIÃO

Marcar uma gestão é garantir reconhecimento

07/11/2023 | Tempo de leitura: 3 min

Municípios devem ser tão bem administrados a ponto de ganhar uma marca - uma espécie de 'carimbo', um título pelo qual poderá ser conhecido e sobre o qual uma boa equipe de Marketing pode ser capaz de multiplicar ações e elevar ainda mais a qualidade dos serviços prestados a cada cidadão.

Para melhor entendimento do que quero dizer, seguem alguns casos. Juscelino Kubitscheck, por exemplo, sempre será não só o 'presidente bossa-nova', mas o presidente que construiu Brasília. "Juscelino, o pai de Brasília". É ou não uma marca poderosa?

Da mesma forma, citando outro caso de figura conhecida, vale a pena lembrar o papel exercido por Rudolph Giuliani, prefeito novaiorquino que, nos anos 1990, implantou naquela metrópole o conceito de 'janelas quebradas' e até hoje é o homem que ficou conhecido como o "Prefeito da tolerância zero" - baseando sua administração reprimindo fortemente qualquer tipo de crimes.

A questão das 'marcas' está totalmente ligada ao tempo que vivemos, em que se busca um fortalecimento dos Legislativos e a harmonia entre os Poderes fica cada vez mais necessária para o equilíbrio da Federação.

Uma marca deve nascer de uma ideia, de uma concepção, de um trabalho, de uma política pública bem implantada fundamentada - ou até mesmo de um projeto a ser implantado em anos vindouros. O fundamental é que tal marca surja e propicie a continuidade de políticas públicas em determinado setor da vida do cidadão. Na medida em que se dá o trabalho, é fundamental que o Chefe do Poder Executivo tenha, certamente ao mesmo tempo, uma equipe de Comunicação e Marketing com o mesmo arrojo do próprio Executivo.

Enquanto o Prefeito trabalha para executar as melhorias, os profissionais de Marketing devem atuar no sentido de comunicar as ações e, ao mesmo tempo, criar a campanha que deve dar o destaque devido ao que se pretende - inclusive na busca por um 'carimbo'. O "Prefeito do Asfalto" (para um município em que o Chefe do Executivo tenha investido grande parte de sua gestão nesse sentido); o "Prefeito da Água" (para aquele que, por força dos seus investimentos, acordos comerciais e parcerias, tenha trabalhado de forma a fazer com que a população esqueça que teve problemas de abastecimento ao longo do tempo); o "Prefeito das Empresas" (para aquele que propôs leis de incentivos fiscais e, por conseguinte, ampliou enormemente o parque industrial e comercial, com grande oferta de empregos), e vai por aí afora.

Agora mesmo temos que Jundiaí está investindo para comunicar que esta é a "Cidade das Crianças" - marca que a gestão tenta alavancar graças a "políticas públicas intersetoriais e prioritárias para as Infâncias", como informa texto institucional da Prefeitura.

Tais legados são cada vez mais fundamentais num tempo em que é preciso comunicar para lembrar às gerações futuras quando o trabalho começou, pelas mãos de qual gestor - e também para que os administradores futuros possam ser cobrados para dar continuidade às metas fixadas.

Cidade das Crianças.

Cidades precisam de marcas, afinal, quando um prefeito deixa o mandato, ele quer ser conhecido como o quê?

O prefeito da água?

o prefeito das crianças?

o prefeito das pequenas empresas?

Vivemos um período de fortalecimento dos legislativos. Muito por forças de figuras como Arthur Lira na Câmara dos Deputados. A harmonia entre os poderes é fundamental para o equilíbrio da Federação. Porém para a continuidade de políticas públicas é necessário o fortalecimento do Poder Executivo para a formação de legados, legados esses que possam passar gerações e as pessoas lembrarem

Marcelo Silva Souza é advogado e consultor jurídico (marcelosouza40@hotmail.com)

** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do SAMPI

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