Ingredientes
- 10 discos de massa
- 2 bananas tipo prata
- 10 colheres (chá) de nozes quebradas
- 5 colheres (café) de canela em pó
- Açúcar refinado para polvilhar
Alimentava resistência em relação à fritadeira Airfryer, até que minha irmã, fã das modernidades, me presenteou com uma recentemente. Desde então tenho feito experiências e gostado do que ela pode contribuir para eliminar gorduras de minha dieta. Nem tudo deve ir para a panela elétrica. Coberturas com queijo ou coco ralado não funcionam. Muito menos folhas verdes de qualquer tipo. E peças grandes de carne são inviáveis: podem ficar até bonitas por fora mas cruas por dentro. Batata frita muito bem- em rodelas ou palitos. Pão de queijo também tem ótimo resultado. Dadinhos de tapioca, muito melhores que os fritos ou assados no forno convencional. Biscoito de polvilho, idem. Tulipas de frango, idem ibidem. Estou com várias receitas para testar. Já preparei algumas, uma delas o pastel de banana que está na foto e para o qual dei nota dez. O bom dos pasteis doces é que a gente pode brincar com os recheios. Goiabada, doce de leite, maçãs com uvas passas, geleias... Fiz o de banana e juntei nozes e canela. A massa ficou sequinha e crocante por mais de uma hora. Escondi uma durante este tempo para verificar a duração da crocância, porque o resto foi devorado em poucos minutos.
Para não perder o espírito desta coluna, antes do modo de fazer vamos lembrar que pastéis como os temos no Brasil, fritos na hora, com recheio de carne moída ou queijo, às vezes presunto e muçarela, invenção mais recente, não os encontramos em outros lugares. É coisa nossa, que aprendemos desde pequenos a comer nas feiras livres, acompanhado de garapa, outra de nossas criações.
Mas, na verdade, sua origem nem é brasileira e sua presença na nossa cultura é recente. Ele só ganhou popularidade por aqui depois da Segunda Guerra. Imigrantes chineses já faziam pastel em São Paulo desde 1890. Mas o comércio foi discreto até o final da Segunda Guerra, quando São Paulo recebeu um grande contingente de refugiados japoneses. Estes, que junto aos italianos e alemães haviam formado a potência do Eixo, tinham medo de sofrer preconceito no Brasil, que apoiava a ação dos Aliados na guerra. Aproveitando-se da ignorância ocidental quanto às diferenças entre as culturas orientais, os japoneses camuflaram-se entre os chineses, imitando seu modo de vida. E aprenderam a fritar pasteis. Disfarçados de chineses, abriram pastelarias em São Paulo e popularizaram o salgado que tinha sido adaptado da receita chinesa do rolinho primavera, feito de massa de arroz e recheado com legumes e carne de porco. Aqui, o recheio foi logo trocado para carne bovina, que agradava mais ao gosto do brasileiro. E o sakê da massa substituído pela cachaça.
Para fazer a receita de pastel doce, use discos pequenos de massa, pois ficam mais delicados. Corte as bananas em rodelas bem finas. Meça a canela. Quebre as nozes em pedaços miúdos mas não triturados. Assim elas contribuirão para que o recheio também fique crocante, contrabalançando a maciez da banana. Para montar, mantenha o plástico, que recobre a massa, voltado para superfície lisa. Disponha sobre a parte descoberta três rodelas de banana. Sobre elas coloque uma colher (chá) de nozes. Polvilhe meia colher (café)de canela. Unte ligeiramente com água as bordas da massa e sele. Arremate com as pontas de um garfo. Só então retire o plástico. Coloque quatro pastéis por vez na fritadeira. Ligue-a e mantenha por cinco minutos a 150 graus. Findo este tempo, vire os pastéis e deixe mais cinco. Retire e passe pelo açúcar refinado. Sirva-os quentinhos.