SALÃO DE BELEZA

Mulher presa por racismo tem preventiva decretada e vai permanecer na cadeia

Por Fábio Estevam | Polícia
| Tempo de leitura: 2 min
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A mulher está sendo acusada pela vítima por crime de racismo
A mulher está sendo acusada pela vítima por crime de racismo

A mulher de 45 anos, presa por crime de racismo em um salão de beleza em Itupeva, neste final de semana, contra uma funcionária do local, teve o flagrante convertido em prisão preventiva durante audiência de custódia e, desta forma, vai permanecer reclusa na Cadeia Pública Feminina de Itupeva.

A decisão foi tomada pelo juiz Marco Aurélio Stradiotto de Moraes Ribeiro Sampaio: "este juiz manda, a qualquer autoridade policial e seus agentes a quem este for apresentado, que mantenha recolhida a presa, em razão da conversão da prisão em flagrante em preventiva, nos termos do art. 310, II do CPP (Código de Processo Penal), em estabelecimento prisional deste Estado".

RELEMBRE O CASO

Uma mulher de 45 anos foi presa na tarde de sexta-feira (29), acusada por uma funcionária do local por injurias raciais. Por volta das 16h, a mulher entrou no salão de beleza, perguntando se no local era realizado o procedimento estético 'mega-hair'. Ao ser informada pela funcionária (que é negra), de que o salão não trabalhava com esse procedimento, a 'cliente', segundo a vítima, ficou inconformada e comentou: "Você deveria saber fazer mega-hair, pois é negra africana". Em seguida, ela novamente atacou a vítima, proferindo: "tenho nojo de pessoas da sua cor" e "estou acostumada a lidar com pessoas da sua cor".

Ao ser expulsa do local por clientes, ela então esfregou o dedo em seu próprio antebraço, se dirigindo à vítima com os dizeres: "diferente de você eu sou branca e bonita".

A PM foi acionada e conduziu as partes para o Plantão Policial, onde a indiciada negou parte das acusações. De acordo com seu relato ao delegado Carvalhaes, ela de fato chamou a funcionária do salão de "negra africana", mas que isso seria "constatação de uma realidade social", alegando que não possui nenhum tipo de preconceito.

Também questionada pelo delegado se de fato cometeu o ato racista de esfregar o dedo no braço, falando sobre a diferença de cor, ela disse não se recordar, mas que, se fez, foi para mostrar os ferimentos que sofreu ao ser expulsa do local pelas clientes.

O marido da indiciada esteve no Plantão Policial e foi informado da prisão da esposa, ficando com o carro dela, que foi encaminhada a uma cela da cadeia feminina da cidade, após o delegado determinar sua prisão em flagrante.

O caso ficará sob responsabilidade da delegacia de Itupeva para ser investigado.

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