ALIMENTAÇÃO

Pandemia eleva consumo de fast food, álcool e comida congelada

Por Rafaela Silva Ferreira | Jornal de Jundiaí
| Tempo de leitura: 2 min
Divulgação
Padrão alimentar com muitas calorias e poucos nutrientes pode gerar problemas como colesterol alto e hipertensão
Padrão alimentar com muitas calorias e poucos nutrientes pode gerar problemas como colesterol alto e hipertensão

A pandemia da covid-19 teve um impacto notável nos hábitos alimentares, levando a mudanças significativas das refeições durante o período de isolamento social. Os dados revelam um aumento de 14% no consumo de álcool, 13% no consumo de fast food e 12% no consumo de comidas congeladas, que se mantém elevado mesmo com o retorno à vida normal.

A nutricionista Bruna Aprillanti, 35 anos, aponta os desafios pela falta de rotina. "O que mais afetou as pessoas foi o fato delas precisarem ficar dentro de casa pensando em comer ou beber. Então, aquelas que já estavam acima do peso, pioraram. Eu digo que naquela época, 'o inimigo estava dentro de casa'. Ou seja, o que você compra, você come e bebe."

Conforme o código de nutrição, o consumo excessivo de alimentos congelados e fast food não está alinhado com as diretrizes de alimentação saudável. No entanto, com restaurantes fechados, as pessoas buscaram comidas rápidas como uma solução conveniente.

"Com os serviços de delivery em alta na pandemia, vimos um aumento significativo no consumo de alimentos fast food, comida congelada e até mesmo doces. Além disso, o consumo de álcool também se elevou durante esse período", pontua a nutricionista.

Quanto ao álcool, Bruna se aprofunda explicando que a pandemia trouxe uma onda de estresse e ansiedade, e a bebida é frequentemente usada como uma maneira de aliviar esses sentimentos. "Para muitos, o álcool se tornou uma maneira de aliviar o estresse. No entanto, essa estratégia tem consequências preocupantes para a saúde mental e física, principalmente naquela época em que estávamos vivendo."

De fato, esse padrão alimentar com muitas calorias e poucos nutrientes, pode levar ao ganho de peso, à desregulação dos níveis de açúcar no sangue e a problemas de saúde mental. "Os casos de obesidade, colesterol alto, sedentarismo e hipertensão tomaram uma proporção muito grande na pandemia. Depois foi preciso uma atenção maior para que o corpo voltasse ao normal", finaliza.

HÁBITOS ALIMENTARES

Elisângela da Silva Alves, 26 anos, costumava manter uma dieta equilibrada antes da pandemia, mas o estresse e o isolamento social mudou isso. "Sinceramente, eu não tinha nada para fazer, então comecei a consumir mais alimentos processados, doces e fast food, como uma maneira de lidar com a ansiedade."

Casada, Elisângela comenta que deixou de cozinhar arroz e feijão com frequência, o que também mudou os hábitos alimentares de seu marido. "Substituímos as comidas saudáveis e nutritivas por aquelas que eram mais fáceis e rápidas de fazer. Tomávamos muito refrigerante, comíamos pizza e lanches congelados", revela. Em contrapartida, o aumento de bebida alcoólica não aconteceu.

Já Aparecida Figueiredo, 24 anos, também optou por comidas rápidas de serem preparadas. No entanto, sua escolha não foi fast food, mas sim as saladas. "De fato, na época da pandemia eu não consumia refeições que demandam muito tempo, como arroz e carnes mais elaboradas. Mas eu procurei não deixar minha saúde de lado, então focava em saladas e lanches naturais que eram mais fáceis."

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