Opinião

Como está Jundiaí?

17/08/2023 | Tempo de leitura: 3 min

Nasci em Jundiaí. Sempre me orgulhei disso. Procuro enaltecê-la dentro de minhas possibilidades e limitações. Por isso, gosto de vê-la desenvolver-se naquilo que realmente precisa: ser uma cidade acolhedora, que cuide de suas crianças e de seus idosos. Que haja lugar para todos. E que a juventude se sinta amparada e orientada, para não mergulhar na droga e na delinquência.

Por isso acompanho os rankings tão frequentes, sempre interessado em ver Jundiaí bem no páreo. Fico frustrado quando não é citada. Por exemplo: o Ranking de Competitividade dos Municípios, elaborado pelo CLP – Centro de Liderança Pública.

Venceu Barueri, que em economia apresenta altos índices de formalidade no mercado de trabalho e é o terceiro maior PIB per capita do Brasil. Está em quinto lugar no quesito Instituições, pois tem uma das dez menores dependências fiscais. Sua educação lhe garante relevância: é um dos vinte maiores Idebs para ensino médio e anos finais do ensino fundamental. E em acesso à saúde, tem uma cobertura de atenção primária e atendimento pré-natal superior a 90%.

O Ranking analisou 415 municípios brasileiros com população superior a 80 mil habitantes. Isso faz com que Jundiaí tenha sido objeto da avaliação. Foram usadas informações de fontes como o Tesouro Nacional, dataSus e Ideb – Índice de Desenvolvimento da Educação Básica.

A qualidade do serviço público é um fator nem sempre levado em conta pelas gestões locais. Isso em geral. O empenho em divulgar o Prefeito, sempre cercado de áulicos que lhe dizem apenas o que gosta de ouvir, deixa de lado o funcionamento real das repartições. Um bom Prefeito deveria começar o dia visitando uma escola, um posto de saúde, uma Unidade Básica de Saúde. Percorrer hospitais, entrar nas delegacias de polícia. Conversar com quem está na fila à espera de ser atendido.

De quando em vez – toda semana, pelo menos – verificar o que chega através da Ouvidoria. Um serviço público é um fator de redução da desigualdade. Amplia direitos básicos da população. É uma alavanca de manutenção da democracia.

É importante trazer empresas que deem empregos. Mas é mais importante ainda saber se a cidade está conseguindo resolver o problema da falta de moradia, se erradica favelas, se zela pelo ambiente, se repõe as árvores que morrem, se amplia os parques e se suas crianças são realmente mais felizes do que as de outros municípios.

O bom administrador não deveria se preocupar apenas com o PIB – Produto Interno Bruno, mas com o IDH – Índice de Desenvolvimento Humano. Já existem alguns municípios no planeta que elaboram um projeto para obtenção de um Produto Interno de Felicidade. Parece que é isso o que Barueri conseguiu, ficando no pódio entre as 415 cidades analisadas.

A segunda é Florianópolis, em seguida São Caetano do Sul, Porto Alegre, São Paulo em quinto lugar, Curitiba, Campinas, Santana de Parnaíba, Vitória e Blumenau.

Pelo menos não estamos na relação das últimas dez, nenhuma delas no Estado de São Paulo. Pela ordem: em 405º lugar: Belford Roxo, São Lourenço da Mata, Tailândia, Coari, Barra do Corda, São Felix do Xingu, Bayeux, Chapadinha, Japeri, Breves e, em 415º, Moju. Dentre estas dez que estão na rabeira, quatro estão no Pará, duas no Rio de Janeiro, duas no Maranhão, uma na Paraíba, uma no Pernambuco e uma no Amazonas.

José Renato Nalini é reitor de universidade, docente de pós-graduação e Secretário-Geral da Academia Paulista de Letras (jose-nalini@uol.com.br)

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1 COMENTÁRIOS

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  • Roberto Hanzi
    17/08/2023
    Jundiaí está no Ranking ocupa 14ª posição, erro no artigo!