Opinião

Conjecturas políticas

21/06/2023 | Tempo de leitura: 3 min

Começamos os jogos políticos para 2024.

Luiz Fernando Machado, depois de dois mandatos como prefeito de nossa cidade, uma votação recorde em 2020 e altos índices de aprovação, está de olho em voos maiores. Uns dizem Senado. Outros, o Palácio dos Bandeirantes. Aposto em Brasília, ainda mais depois dessa saída do PSDB. O Partido Liberal precisa de um case de sucesso em nosso estado e que agrade um público conservador e que não converse tão diretamente com o reacionarismo desenfreado dos bolsonaristas (e aqui cabe mais uma aposta: não acredito que o ex-presidente fique muito mais tempo filiado aos liberais).

Mas então por que a mudança de partido? Simples: só analisar o desempenho histórico dos partidos em nossa cidade. O PL sempre foi grande força local graças ao trabalho feito por Adilson Rosa. E tudo isso muito antes do bolsonarismo.

E nessas o PSDB local perdeu grandes nomes, mas ainda tem entre suas hostes o seu campeão: Miguel Haddad, o político mais importante da região. E se cabe mais uma aposta, diria que ele apoiará a candidatura do competente José Antônio Parimoschi (aparente sucessor de Machado) ao cargo máximo no Paço. Não vai concorrer a um quarto mandato.

Figura carimbada em muitas gestões, considero José Antônio um verdadeiro self made man na politica local. Já trabalhou com todos os grandes medalhões, ocupando cargos de extrema confiança e evidência. Trata-se de um experiente articulador, gestor. Que me parece pronto. Já esperou pacientemente sua vez e agora vem com tudo. Posso estar muito errado (afinal, política é ciência humana e não exata), mas vejo que todas as forças locais relevantes, com exceção de dois nomes, convergem para a escolha de Parimoschi como o representante-mor do legado tucano em nossa cidade.

Um desses nomes é o vice-prefeito Gustavo Martinelli, que parece querer seu lugar custe o que custar na disputa pelo cargo executivo local. Interessante ter um nome com um bom potencial de votos como o dele na corrida. Jovem, sempre político. Alguns o criticam justamente pela juventude e porque haveria uma sucessão "lógica": Parimoschi estaria há mais tempo esperando sua oportunidade, além de possuir uma bagagem intelectual e prática muito maior que a do atual vice-prefeito. Este, em sua defesa, justificaria seu desejo no bom número de votos que possui, nas excelentes votações que conquistou, ao passo que José Antônio não teve oportunidade de concorrer, por sempre ter sido um medalhão de bastidores.

Outro nome é Gerson Sartori, presidente do PDT local, que está buscando unir as diferentes forças de oposição. Mesmo sendo ele uma das pessoas mais respeitadas em todos os grupos (tanto de oposição como situação), creio ser esse um trabalho hercúleo e, ao meu ver, ingrato demais. Infelizmente os quadros que se autodenominam opositores precisam encarar duras realidades: quando estiveram no poder não conseguiram entregar o que a população quis, deixando uma mácula que creio ser muito difícil de esquecer. Resultado: o triunfo de Luiz Fernando em 2020, quando o eleitorado deu a esse político uma reeleição com níveis acachapantes de aprovação. Tanto que não foi eleito um vereador de oposição. E mesmo com isso, não se unem e nem conseguem articular bons nomes para concorrer à prefeitura.

Bom... cenários vão se desenhando, apostas sendo feitas. Aqui ficam minhas impressões. Que podem e vão mudar. Ou não.

 

Samuel Vidilli é cientista social (svidilli@gmail.com)

 

** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do SAMPI

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