LINHA 7-RUBI

Câmara de Jundiaí tem maioria favorável à privatização da CPTM

Por Mariana Meira | Jornal de Jundiaí
| Tempo de leitura: 3 min
REPRODUÇÃO/INTERNET
Com 10 votos contrários, moção de repúdio ao governo de São Paulo foi rejeitada
Com 10 votos contrários, moção de repúdio ao governo de São Paulo foi rejeitada

Um assunto que não estava na pauta de ontem da Câmara de Jundiaí acabou tomando mais de uma hora do tempo da sessão e esquentando o clima no plenário. Trata-se da privatização da Companhia Paulista de Trens Metropolitanos (CPTM), proposta que foi retomada pelo governador Tarcísio de Freitas (Republicanos) e que foi amplamente debatida no Legislativo jundiaiense com a presença de sindicalistas.

Primeiro orador inscrito na Tribuna Livre, Eluiz Alves de Matos, presidente do Sindicato dos Trabalhadores em Empresas Ferroviárias de São Paulo, discursou sobre a história e a importância da ferrovia paulista para Jundiaí e apelou para que os vereadores abraçassem a causa contra a privatização, que já passou pelas linhas 8 e 9.

“Isso provoca atrasos, superlotação e usuários em risco.Nós não queremos trazer esse modelo para a linha 7 da CPTM também”, disse, em referência a uma das medidas que seriam tomadas caso a privatização aconteça, que é a inclusão da linha 7 (rubi) no programa do Trem Intercidades - que ligará São Paulo a Campinas - e o contrato de R$ 71,2 milhões, para elaborar o estudo para a privatização das linhas restantes: 10 (turquesa), 11 (coral), 12 (safira) e 13 (jade).

Após ser aplaudido pela plateia, que segurava cartazes e gritava “Não, não, não à privatização”, Eluiz foi seguido de uma sequência de debates entre os parlamentares, que discordaram entre si sobre o tema. O vereador Romildo Antônio (PDT) foi o primeiro a falar, solicitando urgência da moção nº 509, de sua autoria, em repúdio ao governo do Estado de São Paulo pela concessão das linhas 8 e 9 da CPTM, bem como das linha 7, 10, 11 e 13 que estão em estudo.

Ele defendeu a causa dos sindicalistas e foi parabenizado por Faouaz Taha (PSDB) e por José Antonio Kachan Júnior (DEM), mas a moção foi por fim rejeitada, com 10 votos contrários. Juninho Adilson (PP) subiu à tribuna e iniciou sua fala afirmando que teria “cautela” ao votar uma moção como essa, mas, após vaia do público presente, elevou o tom e mostrou total apoio à proposta do governo estadual.

“Tudo o que é estatal funciona só como cabide e emprego, e não é isso que a gente quer pro nosso país. O Tarcísio tá certo e tem que privatizar sim, urgente”, disparou.O parlamentar foi apoiado por Madson Henrique (PL), que disse que o colega foi feliz em representar “uma parcela da população jundiaiense”.

Douglas Medeiros (PSDB) foi o último vereador a pedir a palavra sobre a pauta e arriscou um caminho do meio. “Sou contrário à moção, mas favorável a buscar uma alternativa, de repente por meio da Assembleia Legislativa de São Paulo, para garantir a permanência desses profissionais após a privatização, porque são eles que pagam o preço.”

A PAUTA

Na tarde de ontem (30), o Jornal de Jundiaí procurou a Secretaria de Parcerias em Investimentos (SPI), que informou, por meio de nota, que “a concessão da linha 7-Rubi, operada pela Companhia Paulista de Trens Metropolitanos (CPTM), faz parte de um projeto maior, o do Trem Intercidades (TIC) Eixo Norte, que ligará a capital a Campinas”.

Disse, ainda, que o edital já foi lançado, e que “a previsão é de que o leilão ocorra até o fim de novembro deste ano”.

Comentários

3 Comentários

  • Cleide Maria de Quadros Batista 04/06/2023
    Os vereadores que votaram contra a moção desconhecem os prejuízos que a Privatização causam à população.Estão alienados das causas públicas.
  • Vinicius Brahemcha 04/06/2023
    É desonesto condicionar a chegada do tão aguardado Trem Intercidades para Campinas à privatização da linha Rubi. Uma coisa não tem nada a ver com a outra. A população quer poder ir de trem pra Campinas, mas não quer que a Linha 7 fique igual à linha Esmeralda, que acumula falhas de segurança, teve morte, trens lotados e paralisados no meio da linha após a concessão pro Grupo CCR (Via Mobilidade), a mesma que gere a linha Amarela e a rodovia Bandeirantes.
  • Sergio 01/06/2023
    Infelizmente a maioria dos vereadores não dão a mínima para o povo que utiliza trem. Regiões como Osasco, por exemplo, onde ja houve a privatização a ideia de votar uma moção de repudio partiu do próprio município, que ja sente o descontentamento da massa que ve, diariamente, a decadência desse transporte, ja em tão pouco tempo.