Dia 22 de maio, a Igreja celebra a memória de Santa Rita de Cássia (1381 - 1457- Itália), chamada de Santa dos Impossíveis. Feliz é nossa Diocese por ter uma Santuário a ela dedicado. O Reitor é o Padre Márcio Felipe de Souza Alves, que tem como Vigário Paroquial o Padre João Fernando Fava.
Já pensava em escrever esta crônica quando, ao ouvir a homilia de nosso querido Bispo Emérito, Dom Vicente Costa, no último sábado, no Carmelo São José, me veio o exemplo de Santa Rita. A respeito dos Atos dos Apóstolos (6, 1-10), ele enfatizou sobre a noite que Paulo teve uma visão: "na sua frente, estava de pé um macedônio que lhe suplicava: 'Vem à Macedônia e ajuda-nos'." Depois dessa visão, partiram, pois se convenceram que Deus os acaba de chamar para pregar-lhes o Evangelho. Foi bem assim com Santa Rita: não titubeava ao perceber os chamados do Senhor. E como repete o Padre Márcio Felipe, na cruz manteve o seu olhar.
O Hino dela, cantado no Santuário me agrada tanto! O refrão é lindo: "Um rosto suave, brilha uma luz/ É Rita que nos leva ao colo de Jesus". Como faz bem o colo de Jesus.
Ela possuía na testa uma chaga, um espinho da coroa do Crucificado, que a feria e a tornava distante das demais Irmãs pelo odor exalado. Ao mesmo tempo, contemplava essa coroa e a Cruz, que transformava e transforma em bênção para as pessoas. Um dia desses, li uma frase ligada à Sagrada Face, desconheço o autor, que diz: "Quem me contempla, me consola".
Penso no quanto Santa Rita de Cássia, com sua história de sofrimento, sem murmuração ou revolta confortou o Senhor. Marido violento (convertido por suas preces), ofereceu seus filhos a Deus, de início a falta de aceitação no convento... Sua resposta aos obstáculos eram a oração e a esperança na Eternidade. Em suas enfermidades, tinha consciência da força de Deus.
Do Hino: "Esposa sofrida não se deixou abater/ Ajuda-nos a regar nossas rosas e com Cristo vencer. / Sua fé foi tão grande oferecendo seus filhos a Jesus, / Santa dos impossíveis derrame sua luz".
Viúva, foi transportada, miraculosamente, para dentro do convento, por São João Batista, Santo Agostinho e São Nicolau de Tolentino e aí, portanto, aceita pelas monjas agostinianas. Mas dela são também sinais o mel das abelhas brancas, a parreira seca que floresce, a rosa que floriu no inverno, o perdão, o corpo que continua incorrupto, os milagres, pois estava aberta à ação de Deus em sua vida.
Para Luiz Alexandre Solano Rossi, autor do livro "Nos Passos de Santa Rita de Cássia", "Algo nela chamava a atenção de todos, ou seja, sabiam que ela andava com Deus. (...)Rita, na verdade, transbordava Deus. Seria impossível esconder o Deus que brilhava dentro dela".
Na hora que partiu, os sinos começaram a tocar sozinhos, enquanto um suave perfume se espalhou.
"Nunca é tarde demais - afirmação dela - para mudar a direção da sua vida. Sempre haverá uma nova rota ou uma nova chance de recomeço".
Entendo o acolhimento encantador dos fiéis do Santuário, pois caminham nos passos de Santa Rita. Juntam seus passos aos dos que chegam.
Obs.: A novena, no Santuário, continua até domingo, sendo que no domingo haverá carreata após a Missa das 10hs.
Na segunda-feira, Dia da Padroeira, as Missas serão: 7h, 9h, 12h, 15h e 19h30.
Maria Cristina Castilho de Andrade é professora e cronista (criscast@terra.com.br)