Opinião

O condado de Terra Nova

05/05/2023 | Tempo de leitura: 3 min

Está de volta a festança dourada do bairro Terra Nova. O bucólico lugar faz parte da rota turística da terra de Petronilha Antunes. Cercada por sítios dos antigos plantadores do café, a pequena comunidade preserva, com naturalidade, uma das raízes mais puras de nossa gente. A terra exala a vida do campo. A simplicidade e ingenuidade dos costumes. A tranquilidade e riqueza do contato com a natureza e o hábito peculiares de seus moradores.

A bela região, cravada entre morros, com suas moradias simples, belos recantos de lazer, rua estreita, calçadas floridas, respira um puro romantismo. O cenário natural deslumbra paz e sossego, em contraste com o corre-corre, confusão e agitação da vida na cidade. Lá se encontram os reis da saborosa carne suína.

Os Gambinis, os Pavans e toda aquela comunidade arrasta gente das mais variadas condições de vida em busca do prazer e lazer. Seus fins de semana espalham muita alegria, diversão, comidas típicas, cervejas geladas, vinhos artesanais, mais do que tudo isso: a solidariedade em nome da caridade. O singelo nome de Zé do Café, um benfeitor, carinhosamente chamado de Conde da Bondade e toda aquela gigante turma de voluntários transformam a vida num incomparável convívio social.

Sim, lá estarei, marcando minha presença, para abraçar com carinho, aquela abençoada gente. Quero recordar a grande festa que marcou a comemoração de meio século da sua existência. A atração, um dos nossos maiores nomes da canção: Moacir Franco. Pedi ao amigo Afonso Pereira sua ajuda em conseguir os convites. Vejam o preço. Dois quilos de alimentos, não perecíveis. Caminho sem curvas do coração, para auxiliar 30 famílias, em que a vida, foi menos generosa.

Como não admirar o conde Zé do Café? Um homem de sucesso. Pai exemplar, marido companheiro. Amigo leal. Fez do seu encantado pedaço de terra, sua menina dos olhos. Como empresário, sua paixão é expandir. Expandir a produção e gerar empregos. Como ser humano, ainda sobra tempo para ajudar os mais necessitados. Quem o vê no seu modo simples de ser e viver, sem ostentação, até no modo de se vestir, não pode julgar as reservas de generosidade, que mal esconde. Sua filha Patrícia nos recebeu com uma doce atenção, que por certo não merecíamos. Casa cheia. O chope gelado, a leitoa pururuca, o frango grelhado, a polenta frita, o pastel, o nhoque, o macarrão e outras iguarias da nossa vida campestre seduziam aos mais exigentes paladares. A cortina se abriu. Surgiu o astro cantando: "se eu não puder te esquecer" "o sentimento não cala, a doença não sara, o seu amor ainda é tudo, tudo." A Plateia veio abaixo. As mulheres aproximaram-se do palco com seus saltos altos e os corações tatuados de emoções. Vi os olhos de muita gente enamorada brilharem.

Dizem os mais sábios que o melhor sabor da vida são as festas. Melhor com amigos. Inesquecíveis no encantado bairro. A tarde caía com este gostoso outono jundiaiense. Observei com carinho aquele lugar de fé e de amor. A abnegação daquela gente. A gratuidade do espirito. Meu Deus, guarda esta gente abençoada; Bendita seja a vida!!!

Guaraci Alvarenga é advogado (guaraci.alvarenga@yahoo.com.br)

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