Você está pronto para a inteligência artificial?

31/01/2023 | Tempo de leitura: 3 min

"Fies é a Federação das Indústrias do Estado de São Paulo, é uma entidade privada sem fins lucrativos que representa e defende os interesses da indústria paulista perante os poderes públicos, a sociedade e os demais setores econômicos. É a maior entidade empresarial do Brasil e uma das maiores do mundo. Entre as suas principais atividades estão a promoção de programas e projetos para o desenvolvimento econômico, social e ambiental, além de oferecer serviços e benefícios aos seus associados."

O texto acima foi escrito em poucos segundos por um robô de inteligência artificial que virou febre global: o chatGPT. Disponível na internet em cem línguas, para testes, desde dezembro, este bot está impressionando todo mundo por sua capacidade de fazer textos com habilidade que parece humana, realizar contas e escrever linguagem de programação.

Recentemente, ele escreveu, em 50 segundos, uma redação com o tema do último Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), "Desafios para a valorização de comunidades e povos tradicionais no Brasil". De acordo com professores de redação, o texto receberia dos corretores uma nota bem mediana: 680 pontos -- o máximo é mil. O chatGPT também seria aprovado com uma nota B na disciplina Administração de Operações do MBA da Wharton, escola de negócios da Universidade da Pensilvânia, uma das mais prestigiadas do país.

Esses são apenas dois exemplos do assombro que o robozinho vem causando. Na verdade, o impacto que ele poderá ter ainda está sendo avaliado, afinal o bot está em aprimoramento. Mas o fato de ele soar humano e gerar, em poucos segundos, conteúdo coerente impressiona.

Por isso, há quem aposte que ele tem potencial para ser disruptivo em várias áreas, como as que dependem de textos, a exemplo de comunicação e marketing. A competência dele para escrever códigos também surpreendeu os programadores. Mas é na educação onde estão os maiores questionamentos até agora.

O fato de estudantes poderem usar o programa e encontrarem rapidamente respostas prontas para suas lições de casa levou a cidade de Nova York a proibi-lo nas escolas e dispositivos da rede pública do município, apenas um mês depois de ser disponibilizado. Alternativas para burlar a proibição, porém, não faltarão. Para tentar mitigar o mau uso, no momento, os criadores do bot trabalham num mecanismo para identificar que o texto é do chatGPT.

Como o avanço da tecnologia é irreversível, a sociedade terá de aprender a lidar com uma inteligência artificial cada vez mais acurada, o que, inevitavelmente, suscitará alguns dilemas éticos. Mas também trará inúmeras oportunidades, com variadas aplicações nos negócios e potencial para revolucionar diversos setores.

Algumas aplicações são: automatização de tarefas repetitivas que fazem parte da rotina; análise de grande volume de dados para obtenção de insights e previsão de tendências de mercado; interação com cliente totalmente personalizada a partir de comportamentos anteriores, entre outras. Já existem uma infinidade de bots capazes de realizar atividades ditas "humanas" com muita competência.

Vale ressaltar que, atualmente, a inteligência artificial ainda é um diferencial em processos, serviços e produtos. As empresas que lançam mão desses recursos tecnológicos têm hoje uma grande vantagem competitiva. Em alguns anos, porém, fará parte da paisagem, ou seja, estará inserida no dia a dia dos consumidores. Não restam dúvidas de que quem sair na frente, estará melhor posicionado e irá abocanhar mais oportunidades. Você está preparado?

Vandermir Francesconi Júnior é 2º vice-presidente do Ciesp e 1º diretor secretário da Fiesp (vfjunior@terra.com.br)

** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do SAMPI

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