FALTA DE OPORTUNIDADE

Advogado, Adão de Oliveira, de 24 anos, se formou em direito em 2020 e concluiu o exame da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) no ano passado. Durante o ensino superior conseguiu estagiar em órgãos públicos, mas, ao concluir o curso, não encontrou novas oportunidades de emprego na área. "Já passei por mais de 150 processos seletivos. Nesse período, esbarrei em alta concorrência, desvalorização de mão de obra e exigência por ampla experiência na área. Como sou recém-formado, algumas vagas foram desanimadoras, já encontrei ofertas de emprego com salário de R$ 700, achei um absurdo", lamenta Oliveira.

Ainda buscando se firmar na área de formação, o advogado não abre mão de trabalhar em outras áreas. "Precisei me adaptar em outras funções para não ficar sem trabalhar. Faço trabalhos universitários e leciono aulas particulares para garantir meu sustento", diz.

Quem também pensa em se adaptar em outras áreas por conta da falta de oportunidade é o designer de jogos Leonardo Macrino dos Santos, de 24 anos. Formado no final de 2021, o jovem encontra serviços provisórios em outras áreas de atuação. "Sempre esbarro em falta de oportunidades e exigência de experiência. Enquanto busco vagas na minha área, envio currículo para outras oportunidades que encontro", diz.

CENÁRIO

Coordenadora de Recursos Humanos de uma agência de emprego da região, Carolina Malerba afirma que, atualmente, o mercado de trabalho oferece muita oportunidade, mas, ao mesmo tempo, há muita concorrência pelas vagas ofertadas. "Acontece, muitas vezes, de o jovem que busca o emprego ter que se adaptar em outra área que não seja a de formação para garantir um trabalho. As vagas mais requisitadas são operacionais, como mecânico e operadores de máquinas, e técnicas, como engenharia e setores comercial e de vendas. Nem sempre o candidato consegue uma vaga na própria área de formação, o que acaba desanimando", informa a especialista.