O legado de 2022

27/12/2022 | Tempo de leitura: 3 min

Com os últimos dias de dezembro de 2022 se aproximando, é hora de fazer um balanço sobre o ano que passou e refletir sobre o legado que fica. Afinal, foi um ano marcado ainda pela pandemia, que impactou de forma dramática a educação; pela guerra, que provocou um êxodo de pessoas inédito neste século; e pelas eleições mais polarizadas da história do Brasil.

Uma das consequências mais dramáticas da pandemia foi o atraso educacional ocorrido, no Brasil e no mundo. Segundo o Unicef, três em cada quatro crianças do 2º ano do Ensino Fundamental (EF) ficaram fora dos padrões esperados de leitura.

Mesmo em São Paulo, dados do Sistema de Avaliação de Rendimento Escolar do Estado de São Paulo (Saresp) mostram que em matemática, por exemplo, o aluno do 5º ano do EF ficou com a mesma proficiência esperada de um estudante do 2º ano. Já o adolescente da terceira série do Ensino Médio (EM) saiu da escola com defasagem de quase seis anos de aprendizado.

Recuperar esses saberes deve ser uma prioridade nacional, sob pena de uma geração inteira de brasileiros ser condenada a não realizar todo o seu potencial. O Sesi-SP atuou ao longo do segundo semestre do ano junto a 345 das 645 prefeituras do estado para auxiliar os municípios na recomposição dos conteúdos por meio do Programa Emergencial de Educação Pós-Pandemia. Outras prefeituras participarão do programa no primeiro semestre de 2023.

No front externo, quando a pandemia de Covid-19 finalmente começou a ceder, depois de dois anos e mais de seis milhões de mortes oficialmente registradas, aconteceu o impensável: uma guerra eclodiu no coração da Europa com a invasão da Ucrânia pela Rússia.

Além da tragédia humanitária, com dezenas de milhares de mortos e mais de sete milhões de refugiados, a guerra também impactou a economia mundial, pois os dois países são grandes exportadores de commodities. A Rússia foi a maior exportadora mundial de trigo em 2021, enquanto a Ucrânia figurou como a terceira maior fornecedora global de milho.

O conflito atrasou a normalização das cadeias globais de produção de bens, que passou o ano afetada pelo abre-fecha da China por conta da política de Covid zero, só relaxada em dezembro. Neste período, as maiores economias do mundo sofreram com a maior inflação em 40 anos, altas taxas de juros e o espectro de uma recessão ainda está no horizonte.

No front econômico interno, o ano termina com um desempenho mais positivo do que o esperado. As projeções indicam que o Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro irá crescer mais de 3% no ano, impulsionado pelo setor de serviços, com a reabertura pós-pandemia, e as medidas de transferência de renda tomadas pelo governo, como a liberação de saques extraordinários do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS), antecipação do 13º dos aposentados e majoração do Auxílio Brasil.

Outra surpresa foi a força do mercado de trabalho. O desemprego teve queda consistente ao longo de 2022. A taxa atingiu o menor patamar em oito anos e terminou o trimestre encerrado em outubro em 8,3%. Nos primeiros dez meses do ano, somente no mercado formal, foram abertos 2,3 milhões de postos de trabalho.

Por fim, atravessamos as eleições mais polarizadas da história do Brasil. É hora de união e de trabalharmos todos juntos pelo desenvolvimento do Brasil.

Vandemir Francesconi Júnior é 2º vice-presidente do Ciesp e 1º diretor secretário da Fiesp (vfjunior@terra.com.br)

** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do SAMPI

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