O 5G aplicado à indústria

14/12/2022 | Tempo de leitura: 3 min

No artigo da semana passada, mostramos como o 5G fará o Brasil entrar numa nova era de conectividade graças à possibilidade de intensa comunicação entre objetos, a chamada Internet das Coisas (Internet of Things). Agora, vamos falar das aplicações na indústria e de como esta quinta geração de internet móvel, que estará em todo país até o final da década, irá impactar o setor.

Resumidamente, pode-se dizer que o 5G permitirá a plena implementação da Indústria 4.0. Tornará possível um salto rumo às fábricas que funcionam em grande medida de maneira autônoma, em redes de comunicação próprias (ou seja, privadas), com capacidade de processar dados rapidamente, trazendo eficiência para a operação.

Pode-se pensar, em unidades fabris onde veículos autônomos fazem a logística, drones realizam inventários, sensores informam o nível de estoque e pedidos são registrados sem interferência humana. Neste cenário, a manutenção de equipamentos, por exemplo, poderá ser feita a distância, com um técnico no local, utilizando óculos de realidade aumentada, sendo instruído por um especialista que está no exterior.

A fábrica poderá ter milhares de equipamentos conectados e que "conversam" entre si, que compartilham dados em tempo real em uma rede estável e com baixo tempo de latência - tempo que a informação sai da origem para o destino, um dos principais ganhos do 5G em relação às gerações anteriores.

A Inteligência Artificial fará com que ajustes contínuos ocorram na produção de modo que ela esteja sempre alinhada à demanda, eliminando desperdícios. Além disso, tornará viável realizar manutenção preditiva nos ativos, que serão monitorados ininterruptamente, otimizando o desempenho.

Desta forma, será possível obter produtos de melhor qualidade, fabricados com maior rapidez e com menor custo. É um ganho de produtividade muito importante para o Brasil se mostrar competitivo no cenário global e de acelerada transformação digital.

Um dos grandes desafios colocados para o país neste cenário é ter mão de obra qualificada para trabalhar nesta nova realidade. Neste quesito, o Senai-SP, desempenha um papel muito relevante para apoiar a indústria nacional.

A unidade do Senai, em São Caetano do Sul, opera com duas redes privadas, uma 4G e outra 5G, fruto de uma parceria com a Nokia. Lá, são feitos estudos de caso, são testadas e validadas aplicações que utilizam tecnologia de ponta para a indústria.

Além disso, na unidade do Senai da Vila Mariana, na capital paulista, está sendo instalado um Centro de Conectividade e um Núcleo de Tecnologia, que deve estar pronto primeiro trimestre de 2023. O espaço será um verdadeiro hub 5G.

O Senai-SP tem ainda a Escola Móvel de Conectividade 5G, uma unidade móvel que roda o estado para que atender a indústria com cursos de formação profissional e demanda personalizadas. Lá, as pessoas podem experimentar, na prática, casos de uso e aplicações da tecnologia viabilizados pela conectividade, como Wi-Fi 6, teste de latência, capacidade de transmissão e aplicações em educação imersiva, incluindo o Metaverso, o monitoramento, acionamento e a manutenção de equipamentos, de maneira remota e segura, além do próprio 5G.

Por fim, o Senai-SP dispõe ainda de um portfólio de cursos profissionalizantes de tecnologia voltados para as demandas mais recentes do mercado como "Desvendando o 5G", "Conectividade Industrial 5G", "Instalação e Configuração de Redes Privadas", "LTE/5G" e "Dimensionamento de Redes" para qualificar mão-de-obra.

Vandemir Francesconi Júnior é 2º vice-presidente do Ciesp e 1º diretor secretário da Fiesp (vfjunior@terra.com.br)

** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do SAMPI

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