RENOVAÇÃO

Para começar o ano com o pé direito, superstições e simpatias fazem parte do brasileiro

Por Giovanna Vianna | 11/12/2022 | Tempo de leitura: 5 min
Revista Hype

Daniel Tegon Polli

Mirella Diniz
Mirella Diniz

Com a proximidade do Ano Novo, muitos aproveitam o momento de renovação para atrair dinheiro, prosperidade ou evitar o mau-olhado. Usar roupa nova na noite da virada, escolher a cor conforme o significado, comer lentilha fazendo desejos,  pular sete ondas ou até guardar sementinhas na carteira, são algumas das superstições comuns, que se perpetuam e ganham força entre gerações.

No Brasil, então, há uma lista de rituais, que são replicados a cada ano. Segundo a terapeuta holística Mirella Diniz, as superstições sempre estiveram presentes devido à forte influência religiosa no país. “Há quem siga superstições que aprenderam com avós, com a mãe, que são as mais tradicionais, como, por exemplo, se vestir de cores específicas para atrair determinadas bênçãos. Existem também as famosas simpatias feitas na praia, como pular sete ondas e as orações em busca de paz de espírito e novas oportunidades para o ano que vem chegando”, relata.

A terapeuta ainda ressalta que as superstições e simpatias dão certo, mas nada pode funcionar sem a fé pessoal de cada um. “Nada adianta realizar 20 simpatias se você não acredita. Faça com que seu coração esteja em paz com o que está pedindo. Se fizer com muita fé vai alcançar seus objetivos com certeza”, explica.

“Se você deseja dinheiro para o próximo ano, passe a virada com folhas de louro em seu bolso, após a virada deixe em sua carteira durante o ano todo. Na mesa de refeição, não tenha nenhuma ave ou animal que ande ou cisque para trás, apenas animais que nadam para frente, como peixes e frutos do mar. Coloque lentilha e uvas verdes em sua mesa, coma sete uvas e guarde as sementes junto ao louro. E como uma boa mãe de santo, indico usar branco como cor única para a virada, pois precisamos de paz acima de tudo. Uma dica bacana é usar calcinha ou cueca da cor predominante que você quer chamar para este ano. Como o amarelo para dinheiro, rosa para o amor, vermelho para reacender uma paixão, verde para esperança e novos projetos e azul para a saúde física e mental. As cores preto e roxo atraem negatividade”, indica Mirella.

Fã de simpatias e superstições, Samanta Ferretti, de 40 anos, mantém a tradição de fim de ano da família. “No começo, eu pulava as sete ondinhas sem saber muito o motivo, mas por volta dos 15 anos comecei a buscar os significados e me aprofundar nas ritualísticas. Hoje eu enxergo as superstições como rituais que representam em matéria a energia que quero canalizar e potencializar durante o ano”, conta.

Após anos praticando, a rotina de superstições já virou tradição na vida de Samanta. “Faço um ritual de queima de crenças limitantes, onde escrevo a lápis tudo que me bloqueia, meus medos, inseguranças, depois queimo o papel, deixando que essa energia transmute em ações que desejo para o próximo ano. Fora isso, faço o preparo da lentilha, que traz prosperidade e como sete grãos de romã e coloco as sementes na carteira para trazer abundância. Existe uma tradição japonesa bem legal que se chama Oosouji, onde é preciso limpar a casa toda, em todos os cantos, no dia 31 de dezembro. Pois além de ser purificador, prepara a casa para o próximo ano, trazendo sorte, prosperidade e abundância para os moradores”, explica.

Também seguindo os passos de sua família, Ingrid Thayná, de 23 anos, faz questão de começar o ano com suas tradições. “Eu coloco dinheiro no pé direito para entrar em casa depois da meia-noite, para atrair prosperidade. Não como nada que tenha frango, pois é ave que cisca para trás e eu quero caminhar e evoluir para frente. Uso cores para atrair as coisas que desejo e pulo três vezes com o pé direito”, relata.

Praticando as superstições desde criança, Ingrid acredita que, feitas com fé, influenciam positivamente durante o novo ano. “Lembro, desde os cinco anos da minha mãe me ensinando tudo que ela já praticava. Entendo que as superstições e simpatias são uma forma de lançar para o universo o que eu quero atrair”, explica.

NA PSICOLOGIA

Segundo a psicóloga Daniela Batacline, as superstições de fim de ano adquirem um significado maior, pois são geralmente celebradas no seio familiar ou com pessoas próximas e especiais. “É interessante que cada cultura tem o seu ritual. Cada superstição tem a sua utilidade para facilitar a vida e trazer aspectos mais favoráveis. Mas, afinal, o que é a superstição? Superstição é a crença em uma associação sem que haja argumentos científicos que a confirmem.”

“A psicologia da superstição tem acompanhado a humanidade e sua origem se deu ao chamado condicionamento operante, identificado pelo psicólogo B. F. Skinner. Sendo assim, uma pessoa pode associar uma consequência positiva ou negativa a um comportamento específico. Se, por exemplo, formos fazer uma prova com algum objeto específico e obtivermos uma boa nota, é possível que esse mesmo objeto seja usado para fazer as provas seguintes”, conta a psicóloga.

Ela também ressalta que no fim de ano, por ser um momento de despedida, é um momento propício para desejar sucesso, amor ou dinheiro. “A partir daí surgem novas crendices que acreditamos em realizar para atrair sorte para o futuro que nos espera. Porém, acreditar em superstições pode aumentar o nível de ansiedade e também afetar o nível de autoconfiança, pois, estará dependente de algo ou algum evento”, explica Daniela.

COR DO ANO

Segundo o estudo da Cromoterapia, ou seja, a terapia das cores, a cor do ano 2023 é a violeta. Essa cor está diretamente ligada ao autoconhecimento e à espiritualidade. Em 2023, vamos viver o ano 7, pois é a soma dos algarismos 2+0+2+3. E, segundo a Cromoterapia, o tom ligado ao número 7 é violeta ou lilás.

Daniela Batacline
Daniela Batacline
Ingrid Thayná
Ingrid Thayná
Samanta Ferretti
Samanta Ferretti

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