A Pátria quer seu voto! O Brasil precisa de seu voto. Pense que milhões de brasileiros já externaram sua predileção por um dos dois candidatos. Leve em consideração os motivos que os levaram a deixar só dois concorrerem. Coteje os argumentos utilizados na campanha, abstraindo aquilo que não deve fazer parte de uma eleição, ou seja, as ofensas, o deboche, o sarcasmo e o menosprezo pelo outro. O candidato deve mostrar aquilo que vai fazer. Explicitar as suas respostas aos problemas que afligem o Brasil (e são tantos...).

Não é possível que, depois de analisar promessas e passado de cada um dos concorrentes, você não forme opinião favorável a um deles. Ainda que você preferisse quem não conseguiu chegar ao segundo turno, a oferta é essa: é necessário escolher um deles. Quem está mais próximo da sua concepção do que deva ser uma nação? Com qual discurso você se afina mais? Quem está apoiando quem? Analise bem o que levou antigos adversários a se tornarem cabos eleitorais. Há sinceridade nisso ou é mais um atestado da vontade de não perder espaço?

Observe também o vice. No Brasil, os vices têm tido a oportunidade de exercer o poder. Esse é um fator a ser considerado. Qual desses vices mereceria o seu voto se fosse ele o candidato a Presidente ou Governador? Breve retrospecto histórico mostrará que vice, no Brasil, tem vez e chance de assumir o poder.

Também faça uma lista de quem apoia quem e veja se gostaria desses apoios exercendo cargos no Executivo. A esperança de quem apoia é participar do futuro governo. Quem está a merecer a sua confiança?

De qualquer forma, escolha e vote. Não anule o voto, não vote em branco, não se abstenha. Dentre os inúmeros memes encaminhados pelas redes, lembro-me de um: "quem não se levanta para acender a luz não pode reclamar do escuro". Mais ainda: você está escolhendo um político, não uma Igreja. O Estado brasileiro é laico.

Votar em alguém é o seu dever, além do direito de opinar quanto ao seu propósito de influenciar a condução da coisa pública. Quem não externa sua opinião na cabine, depois não pode reclamar. Não tem legitimidade para criticar. Deixou de exercer a sua responsabilidade cidadã.

Proponha um compromisso para os próximos anos. Fiscalize o governo. Exija responsabilidade. Critique. Não perca a capacidade de indignação. Mas também colabore com sugestões, ofereça a sua opinião de membro da sociedade política, chamado a participar da gestão dos interesses comuns.

Sem a participação efetiva nos destinos da Nação, não se chegará  à implementação daquela promessa contida na Constituição de 1988: converter nossa combalida Democracia Representativa numa Democracia Participativa. Só a participação de cada indivíduo, empenhado na busca sincera do bem comum, é que fará do Brasil aquela pátria justa, fraterna e solidária, o lar de nossos descendentes, a terra em que nascemos e na qual repousaremos quando Deus quiser.

Vote! Não fuja! Não se omita! O Brasil conta com você!

José Renato Nalini é Reitor da Uniresgistral, docente da Pós-graduação da Uninove e Presidente da Academia Paulista de Letras – 2021-2022.