Operação Combustível Limpo encontra irregularidades em três de seis postos visitados em Jundiaí

Nathália Sousa
| Tempo de leitura: 4 min

A 28ª fase da Operação Combustível Limpo, que reúne equipes do Procon, Ipem e Polícia Civil na fiscalização de postos de combustíveis, aconteceu hoje (23) em Jundiaí. Ao todo, seis postos foram fiscalizados, sendo que dois não tinham problemas, um estava fechado e três tinham alguma irregularidade, como violação do lacre da bomba, comercialização de produtos vencidos e bomba com vazamento de combustível.

Foram visitados um posto na Vila Joana, dois na Vila Arens, um no Centro, um no Vianelo e um no Medeiros. 18 multas foram aplicadas nos três postos com irregularidades e três bombas foram interditadas em dois deles. Não houve nenhuma prisão em flagrante.

Outras análises serão feitas nas bombas vistoriadas, mas os resultados saem em um intervalo maior de tempo, geralmente em um mês. Quando há irregularidade, a bomba é lacrada e o proprietário do posto precisa providenciar solução. Depois disso, o Instituto de Pesos e Medidas de São Paulo (Ipem) é chamado para uma nova análise e liberação da bomba. Caso haja flagrante de irregularidade que lese o consumidor, o proprietário é preso e um inquérito é aberto.

Em um dos postos visitados, o Secretário de Justiça e Cidadania do Estado de São Paulo, Fernando José da Costa, fez um alerta sobre os principais problemas encontrados. "Neste posto há um sério vazamento que pode resultar em incêndio e explosão. A bomba é interditada neste caso. Estamos na 28ª fase da Operação Combustível Limpo e, nos postos já fiscalizados, em cerca de 75% dos casos foram encontradas irregularidades e cerca de 10% fecham no dia da operação."

A operação ocorre em diversas cidades do estado de São Paulo. "O que verificamos é que a força tarefa trouxe visibilidade a inúmeras irregularidades. 5 milhões de multas já foram aplicadas e responsáveis já foram presos em flagrante por crime contra o consumidor. Que o estado de São Paulo, por ter sido pioneiro, possa ter o exemplo seguido por outros estados. São medidas que beneficiam a população. O combustível já está mais caro e ainda acontecem fraudes, que são de difícil detecção, muitas vezes são notadas apenas quando o veículo apresenta um problema. Mas quando o consumidor recebe 5%, 10% a menos de combustível, ou mais etanol do que deve ter, ele é prejudicado."

Credito: Jornal de Jundiaí / Descrição: Equipes do Instituto de Pesos e Medidas de São Paulo fazem a aferição dos combustíveis e das bombas

CONFIANÇA

Funileiro, Sidney Bento ficou surpreso ao notar que o posto em que abastece diariamente foi alvo da operação nesta manhã. "Abasteço todo dia aqui, por ser mais barato. Agora estou preocupado, às vezes dá uma falhada no carro. Já tive problema com quantidade também, uma vez abasteci e fui para Várzea Paulista, acabou o combustível no meio do caminho, precisei ser socorrido."

Em um outro posto, a professora Marluciene Giacobelli diz aprovar a operação. "Eu acho excelente a fiscalização. Abasteço aqui sempre e nunca tenho problema, mas tem posto que você percebe, alguns evito. Há algum tempo tive que abastecer em uma situação de emergência em um posto da Vila Arens que já fechou e depois precisei levar o carro ao mecânico. Também já tive problema com quantidade em um outro posto, desconfiei porque sempre marco a quilometragem, mas aí parei de abastecer lá."

Credito: Jornal de Jundiaí / Descrição: Como consumidora, Marluciene Giacobelli acha importante a fiscalização de postos de combustíveis

AÇÃO

Delegado Divisional do Consumidor do Departamento de Polícia de Proteção à Cidadania (DPPC), Antonio José Pereira explica a operação que existe desde outubro do ano passado. "Fazemos parte de uma força tarefa do Governo do Estado de São Paulo, criada para combater fraudes no combustível, tanto na qualidade quanto na volumetria. Trabalhamos em todo o estado, principalmente em São Paulo e Grande São Paulo, mas também atuamos no Interior", diz ele.

Pereira diz que situações alarmantes já foram encontradas. "Temos encontrado muitas irregularidades. A gasolina pode ter 27% de etanol, mas já vimos gasolina com 80% de álcool, uma margem muito grande, já vimos metanol convertido em etanol, que é um combustível que não pode ser vendido em posto. A quantidade de fraudes tem aumentado de acordo com a alta do preço do combustível."

Credito: Jornal de Jundiaí / Descrição: Equipes do Instituto de Pesos e Medidas de São Paulo fazem a aferição dos combustíveis e das bombas

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