O gerente James Cristian, de 46 anos, vai a júri popular nesta quinta-feira, 11, às 9h, no fórum de Franca. Ele foi preso no ano passado após atropelar e matar a namorada Amanda Maria Farias de Araújo, de 27 anos, no Jardim Paulistano, região leste da cidade.
O réu permanece detido na Penitenciária de Franca. O julgamento ocorre um ano e um mês após o crime, que chocou moradores da cidade de Franca.
A defesa de James alegou que ele agiu sob extrema emoção no dia dos fatos e que se arrependeu. É esse argumento que será usado para pleitear o homicídio privilegiado, e não o crime de feminicídio.
Segundo a advogada Elizangela Vara, a defesa não acredita em absolvição, mas espera uma pena justa. Elizangela afirma que James é reu primário e nunca teve um registro policial no seu histórico, e que o fato foi uma fatalidade de momento.
"James é um cidadão de conduta ilibada, trabalhador, sem antecedentes criminais, sem passagens policiais, amplamente respeitado por sua comunidade e familiares. Jamais respondeu a outro processo criminal e sempre levou uma vida pautada pelo trabalho e responsabilidade. A acusação que pesa contra ele refere-se a um episódio isolado, ocorrido em um momento de intenso abalo emocional, diante de uma descoberta de traição que lhe causou desequilíbrio psíquico momentâneo. Não houve frieza, premeditação ou intenção deliberada", afirmou a advogada.
Já a assistente de acusação que representa a família, Maria Clara Barboza, afirmou que espera por justiça.
"Minha expectativa é que o julgamento siga os parâmetros legais e constitucionais, com análise adequada das provas e respeito ao devido processo legal. O Tribunal do Júri desempenha um papel relevante na apreciação de casos dessa natureza e integra o funcionamento regular do sistema de justiça e espero que julguem esse caso com muito apreço e humanidade, pois Amanda precisa que nós busquemos a justiça por ela, uma vez que infelizmente ela não se encontra mais entre nós para fazer isso", destacou Maria Clara.
Relembre o caso
Câmeras de segurança registraram o momento em que James atropela intencionalmente a então namorada, no cruzamento das ruas Paulo Balbuino Cintra Mendes e Emília Marcondes Luz. A força do impacto foi tão grande que o veículo chegou a arrancar uma árvore. Amanda foi socorrida, mas não resistiu aos ferimentos.
Após o crime, James fugiu, mas acabou preso horas depois no Jardim do Éden, em Franca, quando tentou roubar o carro de uma enfermeira. Durante a abordagem, ele confessou o feminicídio à vítima da tentativa de roubo.
Na época, o delegado Gabriel Fernando Tomaz da Silva, responsável pela investigação, informou que James admitiu monitorar Amanda. Ele havia instalado uma câmera com microfone na residência e tinha acesso às mensagens do celular da companheira. Segundo o depoimento, o réu afirmou ter encontrado conversas entre Amanda e um suposto amante, o que teria motivado a discussão que antecedeu o crime.
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