PEDEM MELHORIAS

Entregadores protestam em Franca: 'Ninguém está nem aí para nós'

Por | da Redação
| Tempo de leitura: 2 min
Sampi/Franca
Reprodução
Entregadores durante protestos no viaduto Dona Quita, em Franca
Entregadores durante protestos no viaduto Dona Quita, em Franca

Entregadores de Franca uniram-se à paralisação nacional da categoria contra o iFood e outros aplicativos de entrega. O grupo reuniu-se na noite desta terça-feira, 1º, no viaduto Dona Quita, onde está localizado o apoio na avenida Alonso y Alonso, na área central da cidade, para reivindicar melhorias nas condições de trabalho.

Entre as principais demandas dos entregadores estão o aumento da taxa mínima por entrega, de R$ 6,50 para R$ 10,00, o reajuste do valor pago por quilômetro percorrido, de R$ 1,50 para R$ 2,50, e a criação de mais pontos de apoio na cidade. Eles solicitam a instalação de três novos locais, equipados com banheiro, área de descanso e bebedouro.

“Nós conseguimos reunir, agora à noite, toda a classe sofredora que precisa de sustento para reivindicar nossos direitos. Tudo subiu, você vê reajuste em tudo. E nós, nada? Então, pedimos o reajuste da taxa mínima, que hoje custa o preço de um litro de gasolina. No fim do mês, as contas não fecham”, disse o entregador Diogo Messias.

Durante o protesto, os trabalhadores exibiram uma faixa com a hashtag #HeróiNaPandemiaEAgora?, questionando a valorização da categoria após o período crítico da pandemia de covid-19. Além disso, pediram respeito e melhorias nas condições de trabalho.

"Falta uma base para a gente. Ficamos jogados, à mercê da plataforma. Levamos comida, roupa, remédios... de tudo. Ninguém está nem aí para nós. Só veem a gente quando estamos deitados no chão, mortos. Precisamos de mais transparência da plataforma. É tudo automatizado, e não conseguimos falar com uma pessoa. Isso faz falta no trabalho do dia a dia", desabafou o entregador.

A mobilização em Franca reflete um movimento nacional dos entregadores de aplicativos, que buscam melhores remunerações e condições. Em diversas cidades do país, a categoria reivindica a definição de uma taxa mínima de R$ 10 por corrida de até 4 quilômetros e o aumento do valor para R$ 2,50 por quilômetro adicional.

À CNN Brasil, a Amobitec (Associação Brasileira de Mobilidade e Tecnologia), que representa empresas como 99, iFood e Uber, informou que respeita o direito à manifestação e mantém canais de diálogo com os entregadores. O iFood, por sua vez, afirmou em nota que não registrou impactos significativos em suas operações até o momento.

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Comentários

7 Comentários

  • João 02/04/2025
    A manifestação é legítima mas deve ser apenas contra as plataformas de delivery, não deveriam atrapalhar o trânsito fechando avenidas de grande movimentação e a prefeitura não tem que dar ponto de apoio nenhum pois seria dinheiro público beneficiando apenas parte e minoria de categoria,se quiserem que cobrem das plataformas
  • APARECIDO DONIZETE NUNES 02/04/2025
    VEJO OS ENTREGADORES REINVINDICAR OS SEUS DIREITOS, É LEGITIMO , SO QUE VOCES TAMBEM PADERIAM SER MAIS RESPONSAVEIS NO TRANSITO, 90 POR CENTO DOS ENTREGADORES SAO TEM RESPOSNABILIDADE E ANDAM IGUAL DOIDOS NO TRANSITO.
  • Benito 02/04/2025
    A classe tem que se reunir, pra reajuste e outras previdências trabalhistas tbm. Tem muitos malandros disfarçados de entregadores de moto, esses é que sujam o pão de vcs.
  • Abdnego 02/04/2025
    Admiro entregadores dessa Franca pelo fato de possuírem CNH especial, que autoriza furar sinal vermelho, andar na contramão, pilotar mexendo no celular, viseira aberta, chinelo no pé, retrovisores guardados e escapamento sem miolo! Já possuem benefícios que nem a polícia tem e querem ganhar bem pra se comportarem dessa maneira no trânsito. Merecem demais essa valorização que pedem!
  • Stardust 02/04/2025
    Só no Brasil mesmo ... Autônomos fazendo greve....
  • Darsio 02/04/2025
    Não sei se com os entregadores se tentou a regulamentação da profissão, mas sei que isso foi buscado em relação aos motoristas de aplicativos e, pelo que me parece a ideia não foi bem recebida pela maioria. Desejam a aposentadoria, mas não querem contribuir com a previdência. Ocorre que, a alienação nos dias atuais é tamanha que, trabalho com diretos trabalhistas se tornou sinônimo de atraso. O cara tem uma carriola e foi induzido a pensar que é um grande empreendedor. Férias, descanso semanal, previdência, seguro etc não são luxo e muito menos atraso, pois são sim condições para maior dignidade de quem realmente produz a riqueza desse país, o trabalhador. Ser contra direitos trabalhistas, ou o cara é empresário um um desses pobres de direita que adoram ficar se esfregando nas genitálias de seus patrões.
  • Adauto Casanova 02/04/2025
    A reclamacao é geral, a economia está retraída afetando a todos, infelizmente.