O candidato do PCB à Prefeitura de Franca, Tito Flávio, disparou críticas ao deputado estadual Guilherme Cortez (PSOL) durante sua entrevista ao GCN/Sampi, realizada nesta quinta-feira, 29. Ao longo dos 50 minutos de sabatina, Tito questionou o que chama de vaidade do adversário na divisão da “esquerda francana”. Além disso, provocou o prefeito Alexandre Ferreira (MDB) e também apresentou suas propostas para uma eventual administração.

Tito Flávio é o quarto entrevistado na série de sabatinas promovida pelo portal GCN/Sampi e pela rádio Difusora com os candidatos à Prefeitura de Franca. A transmissão ocorreu ao vivo pela Difusora, com exibição simultânea pelo portal GCN e nas redes sociais.

“Guilherme Cortez é vaidoso”

Durante a sabatina, Tito Flávio destacou a desunião entre os partidos de esquerda em Franca, criticando especialmente o deputado Cortez. Segundo Tito, a vaidade de Cortez impediu uma colaboração mais efetiva entre partidos como PT, PSOL, PCB e outros, prejudicando a construção de uma frente unificada contra a direita nas eleições de 2024.

“Na eleição passada, eu fui vice da Marília (Martins, filiada ao PSOL). No entanto, não fomos oficialmente procurados para discutir uma união madura. Talvez porque, na eleição anterior, houve um rompimento das relações entre o PSOL e o PCB, anunciado por Cortez. Ele parece não ter se preocupado em reatar essas relações”, explicou Tito.

Com a divisão mantida, Franca não conseguiu replicar o movimento unificado visto em São Paulo, onde Guilherme Boulos (PSOL) é o principal candidato de esquerda. “A unidade política deve ser construída nas lutas cotidianas, não apenas em campanhas eleitorais. Quando se tenta construir a unidade através de redes sociais e promoção pessoal, não se está realmente criando uma frente unida, mas apenas alavancando o próprio nome”, afirmou Tito.

“Tarifa zero no transporte coletivo”

Em seu plano de governo, Tito Flávio propõe a implementação da Tarifa Zero no sistema de transporte público urbano de Franca. “Desde 2008, defendemos a tarifa zero. Em São Paulo, o modelo foi brevemente implementado no governo de Luiza Erundina e, mais recentemente, Nunes adotou a tarifa zero aos domingos. Se um trabalhador precisar gastar todo o seu salário com transporte, isso representa um gasto significativo. A tarifa zero é uma necessidade e não apenas uma possibilidade”, argumentou Tito.

“Sobretaxar”

Outra questão abordada por Tito foi a necessidade de aumentar a arrecadação do município. Ele destacou a importância de enfrentar a informalidade no trabalho e revisar o plano diretor para incorporar áreas que pagam ITR e fazer com que paguem IPTU ao município, visando aumentar a receita.

“Precisamos trabalhar para aumentar a arrecadação, seja por meio de aumento de impostos ou de uma fiscalização mais rigorosa. Não se trata de taxar quem tem menos, mas sim aqueles que possuem mais, como imóveis fechados. A função social da propriedade deve ser considerada. Imóveis que não estão sendo utilizados devem ser sobretaxados para incentivar sua função social”, afirmou Tito.

“Moradores de rua”

Tito Flávio abordou o problema dos moradores de rua, destacando que não se trata apenas de removê-los das ruas para que se tornem invisíveis. Segundo ele, os moradores de rua não estão na situação por vontade própria. A dependência química, bem como a necessidade de pedir dinheiro nas ruas, é um desafio.