Na vida nunca ficamos sozinhos, pois, Deus está sempre do nosso lado. Ele se compadece de nós. Vamos nos alegrar com a Palavra de Deus.
Primeira Leitura: Jó 7.
No Livro do Jó trata do problema que causou angústias para os homens de todos os tempos: por que há no mundo tantas pessoas que sofrem?
A história de Jó foi escrita para projetar um raio de luz sobre esse enigma.
Jó é um servo de Deus, que vive rico e feliz num distante país do Oriente; é bondoso, generoso, fiel ao Senhor, mas repentinamente tombam sobre ele as maiores desgraças: perde os filhos e a fortuna e é golpeado por uma doença dolorosa e repugnante. Até sua própria esposa sente-se mal ao se aproximar dele.
A leitura de hoje nos apresenta as suas reflexões sobre a infeliz situação do homem nesta Terra. A sua dramática experiência é para ele uma confirmação de que a vida não passa de um mar de sofrimentos.
Ao se comparar com eles, acha que são uns privilegiados: pelo menos durante as horas da noite podem descansar de suas fadigas. Ele, ao invés, nem sabe se o sono lhe poderá dar algum alívio. Jó não é um homem resignado, não sofre em silêncio, desabafa a sua dor diante do Senhor, tem até mesmo a ousadia de lhe cobrar pelas desditas que é obrigado a suportar. O seu grito de censura talvez nos assuste, parece uma rebeldia e uma blasfêmia. Mas é, ao invés, uma oração.
Nunca aconteceu conosco de passarmos por situações semelhantes á de Jó?
A oração de Jó é composta de gritos e lágrimas. Não esqueçamos; quem grita e chora, embora não o saiba, está invocando a Deus.
Segunda Leitura: 1º Coríntios 9.
O melhor serviço que podemos prestar a um homem é o de lhe anunciar o evangelho. A palavra de Deus transforma o coração das pessoas, dá um novo sentido à sua vida, comunica a alegria de viver e infunde uma paz sem limites.
Os que se dedicam ao apostolado, portanto, exercem um trabalho muito envolvente e, não sendo eles anjos, também precisam... comer!
Eis então o problema: Quem deve se preocupar com a sua manutenção?
Para solucionar esses problemas, Paulo, na leitura de hoje afirma que, às vezes, quem anuncia o evangelho deve estar disposto também a renunciar ao seu direito de ser sustentado.
Os que, como Paulo, desejam servir a própria comunidade de uma forma completamente gratuita, que recompensa terão?
Nenhuma, exceto a satisfação que brota da doação generosa de si mesmo em favor dos irmãos, em prejuízo material pleno, sem esperar nada em troca. Paulo prega o evangelho não para obter vantagens, mas por uma necessidade interior do seu coração. É tão profunda a sua convicção sobre a sublimidade do dom recebido, que se sente impelido a comunicá-lo aos outros.
Evangelho: Marcos 1.
Antes de Cristo os homens tentaram de muitas maneiras encontrar uma solução para o problema da dor, sem conseguir.
No evangelho de hoje vemos, de que modo Jesus se defronta com essa realidade.
Com a sua interferência dá uma primeira e inquestionável resposta: o mal existe, mas não é invencível. Pode e deve ser derrotado.
Sabe que em todos os lugares há pessoas necessitadas da sua ajuda.
A única atitude a ser assumida é a de colocar-se ao lado de quem sofre e luta com todas as próprias forças contra o mal. Vejamos de que forma.
A missão do cristão dos nossos dias é a de repetir os gestos do Mestre: aproximar-se daqueles que não têm forças para manter-se de pé e erguê-lo da condição desumana na qual se encontram.
Quem foi curado, quem vivenciou a experiência da libertação, não pode esquecer o milagre que a palavra de Deus operou nele e deve transformar-se num membro dinâmico da comunidade.
Jesus não ensinou aos seus discípulos a fórmula para operar milagres. Ele mesmo não resolveu todos os problemas dos homens do seu tempo, mas limitou-se a realizar alguns gestos significativos através dos quais procurou dar a entender, sobretudo, que Deus não aceita situações nas quais os homens sofrem, em que são submetidos à opressão e à marginalização. Ele está do lado de todos aqueles que não se conformam com a miséria humana. E não é só isso. Ao curar os doentes, Jesus revela que, com a sua vinda, começou um mundo novo do qual será eliminada qualquer forma de dor. O reino do mal, tudo aquilo que impede o homem de ser verdadeiramente homem, já começou a ser combatido e derrotado.
Somente a oração pode nos iluminar sobre o sentido da dor. A verdadeira oração não é uma fuga dos problemas da vida, não é uma simplória solicitação de milagres. É um encontro com Deus que nos permite enxergar o homem e os seus problemas como ele os vê.
Monsenhor José Geraldo Segantin é reitor do Santuário Diocesano de Santo Antônio
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