RELIGIÃO

Transfiguração de Jesus

A caminhada para a Páscoa continua: estamos vivendo o segundo domingo da Quaresma. Leia o artigo do monsenhor José Geraldo Segantin.

Por Monsenhor José Geraldo Segantin | 06/08/2023 | Tempo de leitura: 4 min
Especial para o GCN

A caminhada para a Páscoa continua: estamos vivendo o segundo domingo da Quaresma.

Com o desejo de iluminar a vida dos cristãos, a Palavra de Deus, a cada domingo, apresenta figuras e momentos extraordinários da Sagrada Escritura.

Através da primeira leitura proclamada nas missas, no capítulo 12 do livro do Gênesis, encontramos o relato do começo da história da salvação. Tudo começou com a manifestação de Deus a Abraão e seu chamado a ser o pai de um grande povo.

A vocação de Abraão revela o momento que Deus intervém para formar para si um povo, através do qual a salvação atingirá todos os homens.

Deus fala do seu projeto a Abraão por meio dos acontecimentos históricos do seu tempo. Frente aos acontecimentos que o envolvem, Abraão sabe interpretar a vontade de Deus.

O grande ensinamento que colhemos da vida deste Patriarca é a “confiança” que possui em Deus, deixando-se conduzir por ele.

Mesmo sabendo que sua vida será redimensionada, ele continua acreditando que o Senhor não o abandonará, mas continuará fiel.

Abraão deve confiar somente naquele que lhe prometeu uma terra, um povo e a bênção: “Eu farei de você um grande povo, e o abençoarei”. (Gn 12,2)

Abraão é o sinal típico de quem obedece e, na fé, caminha confiante, aguardando a realização da promessa divina, embora provado pelas adversidades da vida.

O que aconteceu a Abraão é imagem de tudo o que acontece na vida dos cristãos.

Deus invade a vida dos seus filhos, rompe o falso equilíbrio, promete-nos uma vida diferente, autêntica, repleta de amor e de paz.

Abraão respondeu a cada dia ao convite recebido. Na vida cristã acontece o mesmo: hora por hora, dia após dia, é que se dá o “sim” ao Pai que nos guia.

Ainda aprendemos que o modo como Abraão respondeu ao chamado de Deus é um convite a termos a coragem de abandonar determinadas atitudes, determinadas maneiras de pensar e de viver, hábitos e costumes, que não condizem com o Evangelho. Converter-se não é fácil, entretanto, a graça de Deus é sempre maior.

A segunda leitura é um trecho da carta a Timóteo que Paulo envia-lhe.

Timóteo é ainda muito jovem quando começa a dedicar sua vida inteira à causa do Evangelho. Ele é bispo de Éfeso, uma das maiores cidades do Império Romano.

As comunidades da região de Éfeso passam por vários sofrimentos: perseguições, cristãos abandonando à fé, outros fogem da vida em comunidade, outros querem apoiar-se nos bens materiais.

O trecho que será proclamado como segunda leitura da missa, é uma exortação de ânimo para estes discípulos em suas duras provações.

Paulo anuncia que Cristo Jesus é o portador do projeto do Pai (a salvação), escondido desde os tempos antigos, mas agora manifestado na pessoa e na vida de Jesus que, ao ressuscitar, venceu a morte e fez brilhar a vida e a imortalidade.

Uma lição bonita nasce desta leitura: Paulo é figura do agente de pastoral perseguido e condenado, porém cheio de convicções e coragem. O sofrimento experimentado por tantos missionários tem uma consequência: o anúncio do evangelho é fortalecido.

O trecho do evangelho relata a “Transfiguração de Jesus” no monte Tabor.

Na descrição existem alguns detalhes significativos:
a)    o local: na montanha. Para o povo da Bíblia, a montanha é o lugar onde Deus se dá a conhecer.
b)    O rosto brilhante de Jesus: isso demonstra que a justiça do Reino vai triunfar. Jesus é o rosto brilhante do Pai. Ele trouxe a nova Lei.
c)    Moisés e Elias: representam a Lei e os Profetas respectivamente, foram pessoas que falaram diretamente com Deus no monte Sinai. Agora, porém, estão falando com Jesus, o Homem que fala em nome de Deus. A partir desse momento, as pessoas falam diretamente com Deus falando com Jesus.

A transfiguração de Jesus é sinal de sua ressurreição, vencendo a morte e a sociedade violenta que o matou. Ela se torna, assim, anúncio da vitória da justiça sobre a injustiça.

Nada nem ninguém poderão deter o projeto de Deus, que é liberdade e vida para todos.

A Transfiguração de Jesus deixa claro que Cristo será glorificado, porém passará pelo sofrimento e pela morte na cruz.

Olhando o que aconteceu com Jesus, os cristãos têm a certeza de que também serão vitoriosos. A Transfiguração de Jesus revela que ninguém deve ter medo de sofrer por causa da justiça.

Existe uma verdade: o Senhor assumiu toda a fraqueza de nossa condição humana e, se permanecermos fiéis na fé, venceremos o que ele venceu e contemplaremos a plenitude de sua glória.

Monsenhor José Geraldo Segantin é reitor do Santuário Diocesano de Santo Antônio

** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do SAMPI

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1 COMENTÁRIOS

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  • Iraci mattos domingos
    06/08/2023
    amem,MONSENHOR JOSE FERALDO SEGANTIN